Paraná anuncia fechamento de atividades não essenciais para frear avanço do coronavírus

O governo do Paraná anunciou, nesta terça-feira (30 de junho), o fechamento de atividades não essenciais para frear avanço do coronavírus. As medidas mais restritivas entram em vigor a partir desta quarta-feira (1º de julho) em algumas regiões do estado: Curitiba e Região Metropolitana; Cornélio Procópio; Londrina; Cianorte; Toledo; Cascavel; e Foz do Iguaçu. O decreto tem validade por 14 dias, podendo ser prorrogado.

Conforme o governo estadual, neste período funcionarão apenas as atividades consideradas essenciais conforme o decreto 4317 de março deste ano. Isto implica no fechamento, por exemplo, de comércio de rua, shoppings, salões de beleza, clínicas de estética e clubes recreativos. Restaurantes e lanchonetes poderão atender apenas pelos sistemas delivery, take away ou drive-thru. O funcionamento de bares, casas noturas e estabelecimentos similares está suspenso.

O novo decreto ainda estabelece a suspensão de reuniões e encontros. Somente aqueles considerados imprescindíveis poderão ser realizados de forma presencial, com no máximo cinco pessoas, respeitando as orientações de distanciamento social. Outra medida anunciada pelo governo foi a implantação de barreiras sanitárias de monitoramento, além da suspensão de procedimentos cirúrgicos eletivos.

Também haverá alteração no funcionamento de supermercados, que fecham aos domingos nas regiões citadas. Também haverá limitação na entrada de pessoas.

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O governador do Paraná, Ratinho Junior, afirmou que o decreto que será publicado ainda nesta terça-feira (30 de junho) tem caráter determinativo. Por isto, ele conversou com representantes de associações de municípios paranaenses, para que haja colaboração no seguimento das medidas nas regiões que foram neste momento atingidas pelas medidas mais restritivas, o que inclui o fechamento de atividades não essenciais para frear avanço do coronavírus.

“Pode ser que as medidas sejam estendidas posteriormente para outras regionais. É ruim fechar? Compreendemos isso. Mas estamos em um momento anormal, em que vamos conviver com ‘abre e fecha’. Até a retomada da economia o quanto antes”, afirmou Ratinho Junior, pedindo colaboração da população na adesão das novas medidas. A partir disso, o governo do Paraná espera índices de isolamento nessas regiões de 52 a 55%, enquanto a média estadual nos fins de semana chegou a 35%.

Motivos

As medidas mais restritivas são tomadas em determinadas regiões após a flexibilização no funcionamento de diferentes segmentos. Em março, houve a adoção de um isolamento social mais intenso. E, em maio, ocorreu a divulgação de orientações para o retorno de serviços como shoppings centers. Mais recentemente, as academias de Curitiba também haviam retomado as atividades.

A capital paranaense, por exemplo, adotou um sistema de monitoramento por cores para acompanhar a evolução da epidemia e, em junho, saiu do alerta amarelo para o laranja, o que alterou o funcionamento de serviços a partir do dia 15 de junho. O comércio de rua, por exemplo, estava com as portas abertas das 10h às 16h.

Segundo o governo do Paraná, o anúncio de fechamento de atividades não essenciais para frear avanço do coronavírus está relacionado com os números de transmissão, confirmações de doentes e mortes no estado nas últimas semanas. Somente nesta terça-feira, 1.536 casos de Covid-19 foram confirmados, totalizando 22.623. Foi a maior quantidade desde o início da pandemia. A Secretaria de Estado de Saúde também contabilizou 36 mortes, somando 636.

“A curva está muito acentuada no último mês, quando também houve um aumento na testagem. Mas nos últimos 15 dias houve um aumento considerável na velocidade dos casos. Nesse período tivemos a metade dos casos registrados em 110 dias (desde as primeiras confirmações no Paraná). Segundo projeções do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), no dia 5 de julho chegaremos a cerca de 30 mil casos”, alertou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

De acordo com ele, as regiões escolhidas para a implantação dessas novas medidas de restrição, o que inclui o fechamento de atividades não essenciais, estão com índices acima da média do estado de incidência, mortalidade e ocupação de leitos.

Além disso, segundo Beto Preto, existe uma preocupação com a falta de medicamentos que são utilizados no tratamento de pacientes graves da Covid-19, especialmente os que necessitam de ventilação mecânica e oxigênio. “O consumo desses medicamentos ultrapassou 500% a média. Estamos falando de falta de insumos e medicamentos, o que é uma situação grave. Mas não é apenas do Paraná. Os estoques estão normalizados para os próximos dias, mas é necessária uma tomada de posição do Ministério da Saúde sobre isso”, destacou. Beto Preto também informou sobre a falta de profissionais para atender nas UTIs, em especial os intensivistas. “A quantidade de profissionais é finita”.

O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) emitiu um alerta no dia 21 de junho sobre a possibilidade de falta de insumos.

Atualização

A Prefeitura de Curitiba informou na noite desta terça-feira está analisando o decreto estadual a fim de providenciar as adequações da legislação municipal. Até que o novo decreto do município seja publicado, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (1º de julho), permanecem em vigor na capital as regras do Decreto Municipal 810/20. “Recebo com serenidade o decreto do governador. Aguardo a sua publicação. É uma medida prudencial”, comentou o prefeito Rafael Greca.

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