Saiba quais são as comorbidades para a vacinação contra Covid-19

O grupo das pessoas com comorbidades é o próximo a ser vacinado contra Covid-19, após a conclusão dos atuais públicos-alvo, que estão sendo imunizados em todo o país. O Ministério da Saúde informou que o início da vacinação destas pessoas deve acontecer em maio, mas ainda não há uma data certa. Tudo depende do envio de doses para estados e municípios. Enquanto isso, a população se prepara, em especial aqueles que poderão ser vacinados. Por isso, saiba quais são as comorbidades para a vacinação contra Covid-19.

Seguindo orientação do Ministério da Saúde, o grupo das pessoas com comorbidades será vacinado por idade, ou seja do mais velho para o mais novo.

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Comorbidades para vacinação contra Covid-19 previstas no Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação do Ministério da Saúde:

– Diabetes mellitus (qualquer indivíduo com diabetes);

– Pneumopatia crônica grave (indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave com uso recorrente de corticoides sistêmicos ou internação prévia por crise asmática;

– Hipertensão Arterial Resistente (pacientes cuja pressão arterial permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou com pressão arterial controlada em uso de quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos;

– Hipertensão Arterial estágio 3 (pressão arterial sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da presença de lesão em órgão-alvo ou comorbidade);

– Hipertensão Arterial estágio 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade (pressão arterial sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade);

– Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association;

– Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária;

-Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo);

– Síndromes coronarianas crônicas (angina pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós infarto agudo do miocárdio, entre outras);

– Valvopatias (lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico);

– Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática;

– Doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas (aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos);

– Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; entre outras);

– Cardiopatias congênitas no adulto com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico; 

– Doença cerebrovascular (acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular);

– Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e síndrome nefrótica;

– Imunossuprimidos (indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadassistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticóide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas);

– Anemia falciforme; 

– Obesidade mórbida (IMC ≥ 40);

– Síndrome de down (trissomia do cromossomo).

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Comorbidades para a vacinação contra Covid-19: preparação de Curitiba (PR)

Embora o Ministério da Saúde ainda não tenha enviado doses da vacina contra a Covid-19 para pessoas com comorbidades, Curitiba já está se antecipando e se preparando para esta próxima etapa da vacinação, que deve acontecer logo após o encerramento da imunização dos profissionais de saúde e idosos (60 anos ou mais) e quando houver imunizantes disponíveis para este novo grupo.

A secretária municipal da saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, se reuniu virtualmente nesta quinta-feira (29 de abril) com o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Roberto Yosida, e com o presidente da Unimed Curitiba, Rached Traya, para definir como será feita a comprovação dos pacientes com comorbidades elegíveis para a vacina e que são atendidos pela rede privada.

A estimativa é que o grupo com comorbidades elegíveis para a vacina, de acordo com o previsto pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, seja composto por 300 mil pessoas de 18 a 59 anos em Curitiba. “Nós vamos seguir religiosamente o plano nacional em relação às comorbidades elegíveis”, afirmou Márcia Huçulak, secretária municipal de Saúde.

Seguindo orientação do Ministério da Saúde, o grupo das pessoas com comorbidades será vacinado por idade, ou seja do mais velho para o mais novo. Pacientes com comorbidades que fazem parte do grupo prioritário e são acompanhados pelas unidades de saúde não precisarão apresentar nenhum documento extra.

Já os pacientes acompanhados pela rede privada precisarão apresentar uma declaração do médico que o acompanha, de acordo com o definido em reunião entre a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, CRM-PR e Unimed Curitiba. A declaração modelo será disponibilizada via Portal do CRM-PR para os médicos na próxima semana.  

“No início da pandemia, o CRM-PR disponibilizou aos médicos do estado, via Portal de Serviços, ferramentas para emitir receitas, atestados, declarações e até fazer solicitações de exames via web, com assinatura eletrônica e chave de validação acessada pelo site para confirmar a veracidade dos documentos. Agora estamos nos adequando para possibilitar também a emissão da Declaração de Comorbidades, de acordo com as especificações e doenças indicadas para que o paciente possa receber a vacina contra a Covid-19”, explicou Yosida. 

O documento será preenchido pelo médico com a indicação da comorbidade que elege o paciente para a vacinação contra a Covid-19, conforme as enfermidades previstas no Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação do Ministério da Saúde. No termo, o médico precisará declarar que o paciente está sob seus cuidados e, por fim, assinalar a veracidade e autenticidade das informações descritas na declaração, sob pena de responsabilização pelo Código de Ética Médica e Código Penal.

A declaração será enviada via e-mail ao paciente, que deverá imprimir e levar junto na hora da vacinação.

Gestantes 

As gestantes, em qualquer idade gestacional entre 18 e 59 anos, foram incluídas pelo Ministério da Saúde nesta fase de imunização dos pacientes com comorbidades. Para este público, não será necessário aguardar o critério de idade. 

As gestantes que já são acompanhadas pelas unidades de saúde de Curitiba poderão se vacinar assim que iniciar a imunização do público de comorbidades, sem a necessidade de apresentar documentação extra. Já as gestantes acompanhadas pela rede privada precisarão apresentar a declaração do seu médico, que será disponibilizada via Portal do CRM. As puérperas (mães que tiveram bebê até 45 dias) seguem a mesma lógica para se enquadrar nos critérios para vacinação contra Covid-19. 

A estimativa é que este grupo de gestantes e puérperas seja composto por 35 mil mulheres em Curitiba.

Pessoas com deficiência permanente 

O Plano Nacional de Operacionalização do Ministério da Saúde incluiu, nesta mesma fase de imunização, pessoas com deficiência permanente entre 18 e 59 anos e que sejam cadastrados no Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lista de pessoas que se enquadram nesta condição será fornecida pela Fundação de Ação Social às unidades de saúde de Curitiba. 

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