Setembro Amarelo e os efeitos da pandemia

A campanha do Setembro Amarelo, uma das mais conhecidas da área da saúde, tem o objetivo de prevenir os casos de suicídio, chamar atenção para este grave problema e estimular os cuidados com a saúde mental. Setembro Amarelo e efeitos da pandemia estão totalmente relacionados, pois os últimos meses resultaram em angústia, ansiedade, compulsões e abuso de entorpecentes, entre outros problemas decorrentes das mudanças impostas pela crise sanitária e o próprio medo da Covid-19.

Os serviços de saúde sentiram diretamente esse impacto. Na Docway, empresa de saúde digital, de 2020 para 2021 houve um crescimento de 470% no número de pacientes diagnosticados com quadros de ansiedade e depressão. Em números absolutos, foram 1.593 casos no ano passado versus 9.104 até o momento – quase 6 vezes mais que em 2020.

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De acordo com o médico especialista em medicina esportiva, Breno Lintz, a pandemia fez com que as atividades físicas fossem reduzidas, o que também afetou a saúde mental. Sem contar as limitações no trabalho, na vida social e na rotina escolar. Tudo isso, além da diminuição da exposição solar e o medo do ‘desconhecido’, formaram uma combinação certeira para a piora da saúde mental, com casos de ansiedade e depressão aumentados neste período. O problema foi aumentando a cada mês, com um foco no Setembro Amarelo e os efeitos da pandemia, entre outros motes.

“Normalmente, o paciente que sofre de ansiedade acaba procurando alívio em três áreas que também são prejudiciais à saúde: o álcool, as drogas e a comida em excesso. Tudo isso somado ao sedentarismo tem um impacto enorme na saúde, levando a uma piora no quadro geral do paciente, com o aumento do risco cardiovascular, aparecimento da síndrome metabólica, diabetes mellitus, hipertensão, hipercolesterolemia, entre outros”, explica. 

 

Desde o início da pandemia, o médico observou um aumento significativo na demanda de pacientes com transtorno misto ansioso depressivo, uma vez que sofreram pela influência da pandemia com o distanciamento social, com o medo de se contagiar ou contagiar o próximo e com a perda de emprego e o dano econômico envolvido. “Isso afetou principalmente as pessoas que já sofriam alterações leves, mas acometeu também pessoas que nunca tiveram qualquer problema relacionado a sua saúde mental”, diz Lintz.

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Como um alerta do Setembro Amarelo e os efeitos da pandemia, o médico lembra que a retomada da prática esportiva se torna fundamental. Isso pode acontecer em casa ou ar livre. Se isso ocorrer juntamente com a reeducação alimentar, a pessoa alcança importantes pontos nas áreas física e mental. “Em todos os casos, o acompanhamento por profissionais de saúde é essencial”, enfatiza.

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