Cirurgias eletivas: especialistas afirmam que é necessário analisar cada caso

Uma das medidas adotadas para diminuir a pressão sobre o sistema de saúde em momentos críticos da pandemia de Covid-19 foi a suspensão das cirurgias eletivas. A determinação por parte de estados e municípios teve o objetivo de otimizar o uso de medicamentos anestésicos e relaxantes musculares, bem como a ocupação de leitos de UTI para o atendimento exclusivo à Covid-19.

O Estado do Paraná, por exemplo, está com uma resolução vigente até o dia 30 de abril sobre a suspensão de procedimentos cirúrgicos eletivos hospitalares na rede pública e privada do Paraná. Conforme o documento, a suspensão pode ser estendida ou reduzida de acordo com a disponibilidade de medicamentos, leitos e dependendo da situação epidemiológica da doença no Paraná. A Secretaria de Estado da Saúde ressaltou que os procedimentos de cardiologia, oncologia e nefrologia, exames e procedimentos realizados em âmbito laboratorial de urgência ou emergência continuarão ocorrendo.

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Como a medida de suspensão está sendo adotada conforme o momento da pandemia e até mesmo as cirurgias eletivas foram autorizadas em outros períodos, surgem dúvidas entre médicos e pacientes, ainda mais com o avanço da vacinação contra Covid-19. Uma delas é se seria mais adequado aguardar a vacinação de todas as pessoas para depois reagendar e, efetivamente, realizar as cirurgias eletivas.

 

Para o médico ortopedista especialista em quadril e membro da Sociedade Brasileira do Quadril, Edmar Simões da Silva Junior, que atua em Vitória (ES), cada circunstância deve ser observada separadamente na hora de tomar essa decisão tão importante. ‘‘Muitos quadros têm se agravado durante a pandemia, e merecem uma atenção especial’’, diz. ‘‘Por isso, é importante analisar cada caso individualmente, para que possamos analisar todos os riscos e benefícios envolvidos’’, completa o especialista.

 

Mas, segundo o médico, é preferível, caso seja possível, aguardar uma estabilidade maior do sistema de saúde para retomar as cirurgias. ‘‘Acho necessário o retorno das cirurgias eletivas, mas é preciso conter o avanço da Covid-19. Só assim elas serão realizadas da maneira mais segura tanto para o paciente, quanto para os profissionais que irão atendê-lo neste processo’’, declara o ortopedista.

 

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, é preciso evitar a contaminação pela Covid-19, mas também é necessário que os pacientes não pausem seus tratamentos por medo de ir ao hospital. “A Covid tem diferentes efeitos: tem o efeito dela em si e o efeito que ela gera naquelas condições que não estão sendo tratadas adequadamente pois os tratamentos estão sendo postergados”, diz o CEO do Sabará Hospital Infantil de São Paulo, Ary Ribeiro.

 

Os números

 

Segundo a Associação Nacional dos Hospitais Privados, houve uma queda de 32% no agendamento e realização de exames e consultas para cirurgias eletivas no país em 2020. Nas últimas semanas, a média de mortes por Covid-19 têm aumentado no Brasil. A vacinação também tem progredido no país, mas não na mesma velocidade de contágio da doença. De acordo com dados do Mapa da Vacinação Contra Covid-19 no Brasil, elaborado pelo Consórcio de veículos de imprensa, até o momento pouco mais de 9% da população brasileira já recebeu a primeira dose, enquanto desses, apenas 2,78% já estão imunizados com a segunda dose da vacina.

* Com informações da assessoria de imprensa

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