ESG – este termo vem se tornando cada vez mais comum para resumir o conceito unificado de Environmental, Social and Governance. Ou seja, ambiental, social e governança, em português. Trata-se do conjunto de ações relacionadas às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, não importando de qual segmento ela faz parte, em uma tentativa de conectá-la mais ao cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). E a ESG na área da saúde vem movimentando cada vez mais as empresas do setor.
Segundo a Pacto Global – Rede Brasil, as ações de ESG passaram a ser consideradas essenciais para análises de riscos e decisões de investimentos, o que vem pressionando cada vez mais o mercado e o setor empresarial para a adoção de medidas nestas áreas. No entanto, especialistas indicam que, mais do que seguir tendências ou cumprir metas para avaliações de mercado, implantar ações de ESG aumentam a competitividade, melhoram os custos e a reputação, além de trabalhar a resiliência em meio às vulnerabilidades.
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A ESG na área da saúde passa também por estas reflexões. “O setor de saúde está no centro do debate sobre o ESG, seja pelo olhar ambiental, social ou de governança. Por isso, entendemos que esse é um assunto extremamente relevante para as autogestões”, explica Leandro Araujo, gerente executivo da UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde. “As autogestões, por sua concepção, são empresas com um grande olhar para o S do ESG”, complementa.
O assunto foi abordado no recém realizado 24º Congresso UNIDAS. Para o empreendedor tech/social Gustavo Glasser, CEO da Carambola, que participou de um debate sobre o tema durante o evento, as práticas de ESG são fundamentais. “É importante perceber o potencial de inclusão do setor. Pensar no ESG como uma oportunidade de negócio e gerar mais oportunidades é um caminho sem volta”, afirmou. Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin, também comentou sobre ESG no congresso, destacando como a organização tem abordado esse conceito no dia a dia. “Temos a obrigação de entender que precisamos responder às demandas dos nossos clientes e da sociedade”, afirmou.
Healthtechs e a ESG na área da saúde
No documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, assinado por 193 países que se comprometeram em tomar medidas para promover o desenvolvimento sustentável, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 3 é claro: tem como objetivo assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. E é aí que entram dois mercados em ascensão no Brasil: o das healhtechs e o da logística.
A redução da desigualdade geográfica se dá pela conexão entre fornecedores de serviços e pacientes através da internet suportada por algoritmos de geolocalização e gestão de entregas que permite que os mais variados produtos para saúde não disponíveis em drogarias cheguem à casa de quem precisa, onde quer que a pessoa esteja. “A ideia de criar a empresa veio de uma necessidade pessoal. Meu pai tinha acabado de retirar um câncer de intestino e não encontrávamos os materiais pós-cirúrgicos que ele precisava para se cuidar em casa”, revela Rodrigo Correia da Silva, fundador da startup Suprevida.
Hoje, a empresa trabalha com ações sociais, como o programa de créditos destinado a pessoas de baixa renda e conversão de cashback para organizações que precisam de ajuda, mas Rodrigo destaca que é no dia a dia que a Suprevida colabora com os ODS 3 e 10. “Ao possibilitar que as pessoas tenham acesso a informação de qualidade e itens que precisam para se cuidar em casa, ajudamos a melhorar o bem-estar de pacientes com necessidades especiais, evitando a deterioração de sua saúde e desafogando o sistema, o que permite um melhor atendimento a quem está internado, assim como o melhor uso de recursos para a estabilização da saúde, que é a maior meta de todos”, diz.
Exemplo de ESG na área da saúde
A Novartis, empresa de medicamentos, pesquisa e desenvolvimento no setor da saúde, implantou ações de ESG para auxiliar o acesso a medicamentos, saúde e segurança do paciente, além de inovação e padrões éticos. “ESG é fundamental para a estratégia da Novartis e é fundamental para cumprir com o nosso propósito de reimaginar a medicina para melhorar e prolongar a vida das pessoas. Juntamente com nossa cultura inspirada, curiosa e imparcial, acreditamos que os esforços do ESG ajudarão a impulsionar o desempenho geral como empresa e fornecer valor de longo prazo para nossos acionistas”, afirma Vas Narasimhan, CEO da Novartis. “Olhando para o futuro, estamos renovando nosso foco em nossos tópicos de materiais ESG, redobrando nossos esforços para melhorar o acesso a medicamentos e acelerando nossa jornada em direção a um futuro com carbono zero”, informa.
A empresa alcançou 29 milhões de pacientes no mundo por meio de programas de acesso, e manteve-se na liderança na pesquisa de uma terapia de próxima geração contra a malária. Além disso, pretende firmar compromisso com instituições de ensino americanas, historicamente negras, para minimizar as disparidades nos resultados de saúde e chegar à emissão de carbono zero até 2040.
Sobre os impactos das mudanças climáticas, a companhia informou que dispõe como objetivo ser líder em sustentabilidade ambiental e um catalisador para transformações positivas. A empresa está fazendo um progresso constante em relação à meta global de 2025 de atingir a neutralidade de carbono em suas próprias operações, com uma redução de 28% nas emissões de carbono até o momento, a partir de uma linha de base de 2016. Reforçando ainda mais suas metas ambiciosas de neutralidade total de carbono até 2030, a Novartis está se comprometendo a atingir zero líquido em sua cadeia de valor até 2040.
* Com informações das assessorias
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