Inovação na saúde: hospitais e instituições preparadas em rápida velocidade

A inovação hoje é uma questão de sobrevivência, e isto não é diferente para a área da saúde. A afirmação é de Alberto Leite, diretor-executivo da Otto Hx, plataforma de gestão para organizações de saúde. A empresa vai realizar, em parceria com a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa), o evento digital FEMIPA & OTTO HX – transformação digital ao seu alcance, no dia 17 de novembro. O objetivo é oferecer uma oportunidade de capacitação para inovação na saúde, gestão, automação de processos e melhor experiência do paciente. O evento será on-line e gratuito.

De acordo com Leite, a inovação na saúde precisa estar na pauta dos hospitais, incluindo os beneficentes e Santas Casas. Estas instituições, a partir de informações qualificadas, podem ter mais repertório de gestão para o uso de recursos em inovação, seja na área de custos, receitas ou de tecnologia. 

Leia também – A transformação digital como forma de melhoria da qualidade da saúde

Leia também – A Lei Geral de Proteção de Dados e os negócios da área de saúde

Leite será responsável pela palestra Transformação Digital ao seu Alcance, no qual mostrará formatos inovadores de gestão e orientação para a redução de desperdícios e aumento de receitas. “Minha ideia é abordar as inúmeras variáveis que um hospital, em especial o filantrópico, encontra no dia a dia e fazer com que ele crie uma cultura de inovação dentro do hospital. Inovação não é uma área, não é um departamento, e sim uma cultura, que deve permear todos os setores do hospital. Meu objetivo é provocar uma ruptura no pensamento dos gestores hospitalares, para que compreendam a função e os resultados que podem ser obtidos através de um programa de inovação completo”, explica. 

Ele cita como exemplos de variáveis os conflitos de gerações, de tecnologias e até mesmo entre as áreas médica e administrativa. Outra variável importante é a experiência do paciente. “São variáveis que todos os dias batem na porta de um gestor e, se ele não tiver um bom discernimento para usar isso, simplesmente só sobrevive no dia a dia, e não cria condições de crescimento para o seu hospital”, afirma. 

A inovação na saúde vem ganhando destaque nos últimos meses em função da pandemia de Covid-19, que provocou uma série de adaptações nos hospitais e outras instituições ligadas à saúde. A necessidade é um dos pilares para a inovação, de acordo com Leite. “A pandemia trouxe aos hospitais uma necessidade de criatividade porque as receitas dos hospitais caíram. As pessoas acham que os hospitais ficaram bem neste período, mas não. As receitas relacionadas à pandemia eram inferiores às obtidas com as cirurgias eletivas. Além disso, as indústrias de suprimentos dedicaram boa parte de sua energia para o desenvolvimento de vacinas, materiais e equipamentos de proteção. Houve falta de suprimentos. Existiu um período de criação como forma de sobrevivência. Não significa que essa criação gerou lucro e foi bem implementada”, salienta. 

Para ele, a partir de agora, os hospitais precisam estruturar programa de inovação na saúde, para que a criatividade que colocaram em prática nos últimos meses se transforme em resultados positivos no balanço, seja na redução de custos, seja no aumento de receitas para a instituição.

O olhar para a inovação na saúde também precisa mudar para efetivamente impactar a gestão dos hospitais. Alberto Leite lembra que, no Brasil, a maioria destas instituições é antiga e pode correr o risco de também seguir “passos” já datados. “Quando fazíamos planejamento estratégico no passado, na década de 1980 e 1990, de onde vieram esses administradores hospitalares que estão trabalhando hoje, os planejamentos eram longos, para três anos, cinco anos, às vezes até para 10 anos. Isso era aceitável. As mudanças eram pequenas. Hoje, não. Em um ano, as coisas mudam completamente. Então, o programa de inovação faz com que você seja adaptável às mudanças da sociedade”, revela. 

E esse é um movimento independente da pandemia de Covid-19. Leite afirma que a entrada das heathtechs e das fintechs, por exemplo, está produzindo uma explosão de ideias no mercado. “Então, como um hospital, com um planejamento de 10 anos, vai se adaptar para isso? Ele precisa ter planejamentos de direcionamento estratégico, mas curtos. De três em três meses é necessário revisitar o planejamento. Senão, não está adaptado à sociedade. Quando ele começar a fazer um plano, mudou. O foco em inovação é hoje uma questão de sobrevivência e adaptação aos modelos que existem hoje na sociedade”, aponta. 

Além da palestra de Alberto Leite e de integrantes da OttoHX, a programação do evento também conta com o tema Governança clínica em saúde, com foco em ESG. O assunto será abordado pelo presidente da Femipa, Flaviano Ventorim, e Juliana Bernardo, Especialista em Governança e ESG. O objetivo é fazer com que os participantes entendam mais sobre a prática ESG (ambiental, social e governança) e o seu impacto na vida das instituições de saúde. 

Serviço

FEMIPA & OTTO HX – transformação digital ao seu alcance

17 de novembro, das 8h30 às 12h30

Inscrições: https://femipaottohx.com.br/

Leia também – Femipa promove campanha de conscientização para a doação de órgãos

Acompanhe – Podcast Saúde Debate: quarto episódio aborda a importância dos hospitais filantrópicos para o sistema de saúde