As redes sociais surgiram para ajudar na conectividade das pessoas. Mas com estas plataformas também vieram uma série de desafios relacionados à interação e ao tipo de informação divulgada nas redes. Isto afetou diretamente a saúde mental dos usuários. Situação que ficou ainda mais evidenciada na pandemia de Covid-19. Se por um lado as redes sociais ajudaram na disseminação de informações, interações, lives e momentos de lazer, em vários momentos o mundo digital afetou a rotina. Mas, então, fica o questionamento: é possível aliar redes sociais com uma boa saúde mental?
A psicóloga Evelise Carvalho, mestre em psicologia forense, comenta mais sobre o comportamento antissocial na internet. De acordo com ela, mais importante do que observar o tempo que você fica on-line, é perceber os prejuízos que o uso da internet – ou a abstinência dela – traz para a sua vida. Por exemplo, depois que você olha as redes sociais, sente-se mais triste? Quando não olha, tem picos de ansiedade? Você vai dormir mais tarde ou deixa de fazer certas atividades para ficar na internet? Caso a resposta seja sim, você pode tentar um detox digital, ficando alguns períodos do dia sem olhar as redes, ou buscar ajuda profissional.
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“O problema está em como usamos a ferramenta. Tudo em excesso e sem senso crítico vai prejudicar”, afirmou a psicóloga, que alertou para o cuidado que devemos ter com conteúdo sensacionalista, notícias falsas ou descontextualizadas e com a comparação com outras pessoas. “Do mesmo jeito que nós filtramos o que colocamos nas redes sociais, precisamos ter consciência que todo mundo faz isso. Então, quando olhamos as redes dos outros, precisamos ter cuidado para não tomar aquilo como realidade”, disse.
A especialista afirmou ainda que a felicidade mostrada nas telas tem até nome específico: felicidade tóxica. Ela faz mal porque aparenta ser o estado natural das pessoas, mas na verdade é apenas um instante da vida delas. “A felicidade, biologicamente falando, dura 32 segundos. O estado natural do ser humano é neutro, com pequenas oscilações durante o dia”, comentou a especialista. Ela relembrou também que vivenciar a dor e o sofrimento faz parte de uma vida plena.
Segundo a especialista, é possível aliar redes sociais com uma boa saúde mental. Desde que o usuário siga uma rotina que favoreça isto.
Confira abaixo como aliar redes sociais com uma boa saúde mental, sem abrir mão da comunicação on-line, tão necessária nos dias de hoje:
1. Faça detox das redes
Avalie se a tecnologia está ocupando muito espaço na sua vida e tente se desligar por alguns períodos – um domingo de manhã, por exemplo. No começo, a abstinência talvez gere algum desconforto, mas logo depois será possível enxergar os benefícios, como o aumento da autoestima e a diminuição da ansiedade, da tristeza e da irritabilidade.
2. Tenha educação midiática
Participe do ambiente informacional e midiático de forma crítica, filtrando e analisando o que é consumido. Cuide também das suas senhas e pense bem antes de postar ou compartilhar algo.
3. Observe a sua saúde
Perceba os impactos que o uso das plataformas digitais tem na sua vida. Se você fica mais deprimido depois de acessar as redes, se fica rolando a timeline sem prestar atenção no que está vendo ou se perdeu o prazer em algumas atividades, pode ser a hora de procurar ajuda.
4. Seja gentil na internet
Apesar da distância física, a internet é feita de seres humanos e todos merecem respeito. O comportamento on-line reflete grande parte do que somos e, portanto, o que fazemos nesse ambiente também tem impacto na nossa vida social off-line.
5. Seja exemplo para seus filhos e mantenha o diálogo aberto
Os pais são modelos para os filhos, portanto, seja responsável, para que comportamentos indesejados nas redes não sejam repetidos por eles. Outra coisa importante é entender que embora as crianças e os adolescentes tenham facilidade para lidar com tecnologia, normalmente esse saber técnico não é acompanhado de um saber crítico. Então, informe-se sobre os interesses de seus filhos na internet e deixe claro que o diálogo está sempre aberto para assuntos corriqueiros ou qualquer tipo de problema.
* Com informações da Revista Ampla
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