Dia Mundial de Combate à Poliomielite: alerta para queda na vacinação

Dia Mundial de Combate à Poliomielite
(Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Paulinho Dias, 46 anos, é músico desde os 15 anos. Ele convive com as sequelas da poliomielite (paralisia infantil) desde que foi acometido pela doença aos 11 meses de idade, poucos dias após dar os seus primeiros passos. Na próxima terça (24 de outubro) é marcado o Dia Mundial de combate à Poliomielite, uma doença que causa paralisia nos membros e pode deixar sequelas permanentes na mobilidade dos pacientes, forçando vários a utilizarem cadeiras de rodas ou suporte para locomoção.1 Atualmente, Paulinho é casado e integrante do grupo ‘O Jardineiro e a Bella Flor’ com a esposa, a dupla realiza diversos shows e apresentações de música infantil pelo Brasil. 

“Até os 8 anos de idade, eu andava de quatro pés. Passei por algumas cirurgias e sessões de fisioterapia e meu pai era quem fazia todas as minhas muletas. Quando eu estava na escola e os meninos iam escalar um time de futebol, lá estava eu! Eu não fiquei concentrando no que me faltava e sim no que me fartava. Hoje eu sou músico, trabalho com o que eu amo e celebro a vida.”, contou Paulinho.  

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A poliomielite foi eliminada no Brasil desde 1994, sendo que o último caso em território nacional foi registrado em 1989. No entanto, com a queda da vacinação nos últimos anos, a Organização Pan-Americana de Saúde já considera muito alto o risco de reintrodução da doença no país. Desde 2015 a cobertura vacinal em solo nacional está abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 95%. Abaixo desse patamar, a população não pode ser considerada protegida.3 

Alerta no Dia Mundial de Combate à Poliomielite

A vacina contra a poliomielite passou por uma significativa atualização em seu esquema vacinal, que entrará em vigor a partir do primeiro semestre de 2024. O esquema atual da vacinação contra a pólio requer 5 doses da imunização: aos 2, 4, 6, 15 meses e 4 anos de idade, sendo as duas últimas pela Vacina Oral Poliomielite (VOP), comumente conhecida como a “gotinha”.4 No entanto, a partir de 2024, as crianças que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a VIP (injetável) aos 15 meses. A decisão de realizar essa alteração foi resultado de discussões e aprovação pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que avaliou cuidadosamente as novas evidências científicas para aprimorar a proteção contra a poliomielite.5 

“Mesmo celebrando a vida, se me perguntassem se eu escolheria ter a pólio, eu diria que não. Não faz sentido nenhum, um pai ou uma mãe que ame seus filhos não os vacinarem”, completou Paulinho.  

A história de Paulinho faz parte da campanha ‘Todos contra a Poliomielite’, realizada pela AACD, com apoio da Sanofi, com o objetivo de alertar a população brasileira sobre os riscos do retorno da poliomielite ao Brasil e a importância da vacinação infantil. A ação é composta por uma série de seis vídeos ao longo do ano com depoimento de pacientes e especialistas e pode ser acessada no canal do youtube da AACD.   

* Com informações da assessoria de imprensa