Queda na vacinação contra a poliomielite aumenta o risco de volta da doença

poliomielite
(Foto: Divulgação)

Na reta final da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022, o Hospital Bom Pastor, referência em pediatria na região de Guajará-Mirim (RO), alerta para a importância da vacinação das crianças menores de cinco anos de idade.

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Segundo os últimos dados de divulgação do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil ainda não atingiu 50% do público-alvo neste ano. O dado é preocupante pois esta é a única estratégia de prevenção da doença, que pode causar paralisia grave e até a morte.

A poliomielite, também conhecida como pólio, é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 1 a cada 200 casos, o vírus afeta o sistema nervoso, causando paralisia irreversível. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da pólio, porém a baixa cobertura vacinal acende o alerta para a volta da doença.

“Nos casos mais graves, a pólio também pode afetar os músculos responsáveis pela respiração, levando o paciente a depender da utilização de respiradores para sobreviver. É válido lembrar que crianças com menos de cinco anos são o público mais atingido pela poliomielite e a única forma de prevenção é a vacinação, disponível na rede pública de todo o país”, ressalta Juan Carlos Boado, médico e diretor Técnico do Bom Pastor.

A unidade, própria da Pró-Saúde, é referência em pediatria, obstetrícia, clínica médica e cirúrgica em uma região remota do Brasil, prestando atendimento para mais de 50 aldeias na região de Guajará-Mirim, em Rondônia. O município também apresenta dados preocupantes de cobertura vacinal total, já que, de acordo com o DATASUS, atingiu apenas 21,07% até o fim de agosto.

Vacinas disponíveis

O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece gratuitamente duas vacinas diferentes para a imunização da pólio. Ambas são importantes para proteção, mas devem ser administradas em períodos distintos, confira:

  1. Vacina Inativada Poliomielite (VIP): A princípio, a vacina inativada é administrada em três doses, cada uma destinada a crianças de dois, quatro e seis meses, nessa ordem.
  2. Vacina Oral Poliomielite (VOP): O reforço da proteção contra a doença é aplicado com duas doses da vacina atenuada – em gotas – para crianças de 15 meses a 4 anos de idade.

Juan Carlos explica que bater as metas de vacinação é importante pois quando a população está com baixa cobertura vacinal, o risco de mutação do vírus aumenta à medida que é transmitido de pessoa para pessoa, dando origem a novas cepa.

“A pandemia da covid-19 deixou muito claro para o mundo a importância da vacinação. Manter a carteirinha de imunização atualizada significa muito mais do que se proteger, significa proteger uma população inteira”, enfatiza o diretor. De acordo com a OPAS, enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022 acontece em aproximadamente 40 mil postos de vacinação em todo o país, com aplicação de doses das 18 vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente, entre elas a Tetraviral, Febre Amarela e Hepatite A e B.

*Informações Assessoria de Imprensa