Check-up pós-Covid

check-up pós-Covid
O check-up pós-Covid inclui uma série de exames para acompanhamento (Foto: prostooleh / Freepik)

O check-up pós-Covid se tornou essencial. Pessoas de qualquer idade, incluindo crianças e adolescentes, que tiveram Covid-19, podem sofrer com os efeitos prolongados da doença. Para amenizar a situação e evitar que sintomas aparentemente leves evoluam para casos mais graves, é fundamental retomar os cuidados com a saúde e os exames de rotina.

Quem alerta é o diretor técnico do Laboratório Lustosa, Adriano Basques. “A Covid-19 pode deixar muitas sequelas, algumas graves. Por isso, é essencial que os pacientes façam todos os exames preventivos, que podem, por exemplo, detectar comprometimento cardíaco, insuficiência renal, anemia, baixa na função imunológica, dentre outros”, detalha.

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Dentro do check-up pós-Covid, ele indica a realização de, pelo menos, dezesseis exames básicos, mas extremamente importantes para o esclarecimento dos sintomas duradouros da Covid-19. Entre eles, o de creatinina e ureia. “Embora o acometimento respiratório seja a principal característica da Covid-19, há também o envolvimento de outros órgãos, incluindo os rins. A insuficiência renal aguda pode ocorrer nos pacientes com Covid-19, e a alteração da função renal pode persistir, mesmo após a resolução do quadro agudo”, explica.

Igualmente importantes são os exames de Troponina e Hemograma. O primeiro avalia possíveis lesões miocárdicas (no coração), especialmente miocardite, nos indivíduos acometidos pela doença. Já o segundo é utilizado para averiguar as células do sangue. “Durante a Covid-19, várias alterações ocorrem devido à infecção viral. A anemia pode persistir, mesmo após a resolução do quadro agudo, por consumo e/ou por lesão direta das hemácias pelo vírus”, acrescenta. Segundo Adriano Basques, sobre o check-up pós-Covid, essa avaliação é importante principalmente para aqueles que programam a retomada das atividades físicas de maior intensidade.

Sintomas que devem motivar um check-up pós-Covid

Fadiga, distúrbio de atenção, queda de cabelo e dispneia são alguns dos sinais e sintomas que podem afetar, a longo prazo, a saúde de pacientes que tiveram Covid-19, seja na sua forma mais grave e crítica ou, em casos leves, em que não foi necessário hospitalização.

De acordo com estudo recente publicado na revista Nature, foram relatados mais de 50 efeitos de longo prazo associados a Covid-19.  “Além dos já citados, podem aparecer dores nas articulações, anosmia e ageusia, por exemplo. Doenças como acidente vascular cerebral e diabetes mellitus também estiveram presentes no estudo”, pontua Adriano Basques.

Outros sintomas foram relacionados à doença pulmonar (tosse, desconforto no peito, capacidade de difusão pulmonar reduzida, apneia do sono e fibrose pulmonar), cardiovascular (arritmias, miocardite) e neurológica (demência, depressão, ansiedade, transtorno de atenção, transtorno obsessivo-compulsivo). Surgiram ainda sintomas inespecíficos, como zumbido e suor noturno.

O diretor técnico do Laboratório Lustosa ressalta a importância de pacientes com histórico de Covid-19 informarem, no momento da avaliação médica, os sintomas que estão sentindo para que o médico possa identificá-los e interromper a progressão deles no longo prazo, minimizando o risco de efeitos crônicos da doença e ajudando no restabelecimento da saúde.

O estudo da Nature não estabelece como sexo, gênero, idade, etnia, condições de saúde subjacentes, status vacinal e carga viral ou progressão de COVID-19 podem influenciar no risco de desenvolver efeitos de longo prazo.

Riscos para Crianças e Adolescentes

Embora as condições pós-Covid pareçam ser menores em crianças e adolescentes, Adriano Basques chama atenção para os efeitos duradouros da doença também nessas faixas etárias. “Estudos relataram sintomas de longo prazo em crianças com Covid-19 leve e grave, incluindo aquelas que anteriormente apresentavam síndrome inflamatória multissistêmica”, pontua.

Semelhante aos observados em adultos, os sintomas relatados mais comuns foram cansaço ou fadiga, dor de cabeça, dificuldade para dormir (insônia), dificuldade de concentração, dores musculares e articulares, e tosse”, detalha.

Para Adriano Basques, é importante dar uma atenção especial às crianças, já que, muitas vezes, elas podem ter dificuldade de descrever os problemas que estão enfrentando. Isso vale inclusive para o desempenho escolar. Por isso, o check-up pós-Covid também é recomendado. “Se seu filho tiver uma condição pós-Covid que afete sua capacidade de frequentar a escola, concluir os trabalhos ou realizar suas atividades habituais, pode ser útil discutir com a escola possíveis ajustes, como tempo extra nos testes, períodos de descanso programados ao longo do dia ou um horário de aula modificado”, alerta.

* Com informações da assessoria de imprensa

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