A resposta da telemedicina na pandemia de Covid-19

Durante mais um pico de transmissão, atendimento à distância supriu a demanda com a necessidade de cuidados

(Foto: Freepik)

Os números de atendimentos por telemedicina para casos de Influenza e Covid-19 entre os associados da Saúde Digital Brasil – associação que representa as empresas do setor de telemedicina no país – dispararam, saltando de 7 mil para 15 mil, entre o Natal e o Ano Novo para 50 mil atendimentos na primeira semana de janeiro e não param de subir. Isto mostrou o reflexo da demanda gerada pela alta de casos relacionadas à variante Ômicron e, mais uma vez, a resposta da telemedicina na pandemia de Covid-19.

De acordo com Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil, é evidente que esse crescimento exponencial sobrecarrega o sistema de saúde público e privado, especialmente os que prestam primeiro atendimento ao paciente, seja presencialmente ou remoto. No entanto, a telemedicina continua sendo uma alternativa viável e segura para desafogar as filas nos postos de saúde, pronto-atendimentos e hospitais, evitando assim dificuldade de atendimento ainda maiores para os pacientes.

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O executivo conta que para tentar minimizar essa sobrecarga, os associados da Saúde Digital Brasil e prestadoras de serviços de telemedicina estão ampliando o número de médicos e profissionais de saúde no atendimento. No entanto, de acordo com ele, a ausência de uma regulamentação clara e plena pelo exercício da telemedicina se apresenta como uma das causas impactantes que desafiam a contenção dessa sobrecarga.

Soares explica que, sem segurança jurídica, não há investimento tecnológico e tampouco na formação técnica e específica  de profissionais. “Se tivéssemos a telessaúde regulamentada, certamente teríamos mais capital humano, mais investimento e melhores respostas para essa crise atual”, enfatiza o especialista.

A resposta da telemedicina na pandemia de Covid-19 também indica uma mudança de comportamento do paciente e usuário do sistema de saúde, de acordo com Gabriel Garcez, diretor médico do Grupo Conexa, player de saúde digital. “Essa informação nos mostra que, ao identificar algum sintoma gripal, os pacientes estão priorizando a saúde digital como alternativa rápida, segura e eficaz nesse momento em que o surto de Covid-19 e Influenza acomete a população. Entendemos que a inovação seja uma grande aliada e que, enquanto alguns serviços apresentam desfalques de funcionários devido à contaminação, o trabalho remoto evita esse problema e proporciona um acolhimento em tempo recorde. Além disso, a modalidade garante proteção também à classe médica”, ressalta.

A Saúde Digital Brasil esclarece que o atendimento via telemedicina não difere do presencial, seja para tirar dúvidas, formalizar diagnósticos, solicitar exames, prescrever medicamentos, emitir atestados, entre outras, com a vantagem de ser mais acessível, prática e segura. Todos esses documentos são rastreáveis e invioláveis, emitidos com assinatura digital.

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