Nos últimos dias, o Brasil vem registrando recordes de temperaturas. O dia 15 de novembro foi o de mais calor de 2023 na capital paulista, alcançando a máxima de 37,4ºC, que foi repetida no dia seguinte. Os dados são do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo.
Eventos climáticos extremos como este aumentam os riscos à saúde, como confirmado em pesquisa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Em tese de doutorado, a pesquisadora Sara Lopes de Moraes analisou o impacto das ondas de frio e de calor na mortalidade de pessoas com 65 anos de idade ou mais em São Paulo. A pesquisa aponta que as pessoas mais afetadas e com maior risco de mortalidade estão na periferia da cidade, sendo o frio mais associado a doenças do coração e o calor a acidentes vasculares cerebrais.
A questão das mudanças climáticas tem estado em destaque nos últimos anos, e a pesquisadora conta que queria colaborar com políticas públicas na área de clima e saúde. “As pessoas idosas são as mais vulneráveis, pois seu sistema fisiológico é mais debilitado e elas podem apresentar doenças preexistentes como hipertensão, problemas cardiovasculares e diabete”, explica Sara Lopes. Por isso, eventos extremos de temperatura aumentam o risco à saúde desse grupo.
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Vulnerabilidade ao calor
Mas a vulnerabilidade não está relacionada apenas às condições genéticas e fisiológicas, como também ao fator socioeconômico e à situação de moradia. A pesquisa revelou que as pessoas mais afetadas pelas ondas de calor e de frio encontram-se nas periferias da cidade de São Paulo.
Além disso, as pessoas de baixa renda apresentam maior risco de mortalidade quando comparadas às de classes mais abastadas. A pesquisadora concluiu, também, que as ondas de frio estão associadas…