No dia 27/09/23, foi realizada em Brasília, na sede da Organização Panamericana de Saúde, a reunião aberta da CONICQ (Comissão Nacional de Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco), com a finalidade de se preparar para a COP 10 e a MOP 3, que serão realizadas ainda em 2023.
Além dos membros da referida Comissão, estavam presentes representantes de várias entidades de saúde ligadas ao tema do tabagismo no Brasil, alguns parlamentares e também representantes da indústria do tabaco.
A Associação Médica Brasileira foi representada pela Dra. Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, substituindo o Coordenador da Comissão de Combate ao Tabagismo, Dr. Ricardo Meirelles.
Leia abaixo o texto apresentado pela Dra. Maria das Graças, com o posicionamento da AMB.
DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS PARA FUMAR
O Brasil tem sido reconhecido internacionalmente por suas políticas de controle do tabagismo, com a redução progressiva da prevalência de fumantes nos últimos anos. Entretanto, todas as conquistas obtidas vêm sendo ameaçadas, em consequência das novas estratégias de marketing da indústria do tabaco em todo o mundo, para aumentar seus lucros, vendendo seus novos produtos – os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), que são os cigarros eletrônicos e os produtos de tabaco aquecido. Capturam adolescentes e jovens, muitos dos quais manterão a dependência da nicotina por toda a vida e, aos fumantes, argumentam que estes dispositivos são mais saudáveis do que os cigarros tradicionais e eficazes como auxílio na tentativa de cessação do tabagismo ou na diminuição do consumo de cigarros (redução de danos).
Por outro lado, publicaçōes recentes da OMS e pesquisas de várias entidades internacionais têm demonstrado que os DEFs não são inofensivos, podendo causar inúmeros danos ao organismo. Foram identificadas cerca de 80 substâncias em seus aerossóis, sendo várias destas conhecidamente…