A parceria entre o setor privado e o público para o crescimento da saúde suplementar foi um dos temas abordados no 25º Congresso Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), realizado nos dias 10 e 11 de novembro. “Inauguramos essa pauta de diálogo constante para que o governo federal possa ampliar o alcance da saúde suplementar e, assim, desonerar a pública”, destacou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, na abertura do evento. Ele citou o faturamento anual do sistema privado de R$ 230 bilhões para um público de 48 milhões de beneficiários, enquanto o orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é de R$ 140 bilhões para uma população três vezes maior (cerca de 160 milhões de brasileiros).
O deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, durante o evento apontou para a necessidade de desburocratização do setor de saúde suplementar e de uma normatização clara, a partir da interlocução dos atores. “Para um atendimento de qualidade, precisamos dar apoio a todos os brasileiros pelo SUS e ter um sistema de saúde suplementar forte, para chegarmos a uma cobertura de 100 milhões de beneficiários”, propôs.
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Para o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rebello, há desafios estruturantes, como o crescente custo em saúde. “Precisamos promover uma regulação firme, para promover o interesse público em busca de mais saúde”, apontou.
O presidente da Abramge, Renato Casarotti, lembrou que o sistema de saúde suplementar cedeu mais de 800 leitos ao setor público durante a pandemia, além da doação de mais de R$ 50 milhões em EPIs, medicamentos e apoio social. Também destacou o papel da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na agilidade para liberar a importação de produtos em escassez no mercado nacional, com os kits de intubação e a imunoglobulina. “Algumas operadoras se adiantaram e importaram respiradores ainda no início, quando a contaminação crescia na China, pela preocupação com seus beneficiários”, lembrou o presidente da Abramge, que agradeceu a escuta ativa das autoridades durante a crise sanitária.
Casarotti citou medidas tomadas em caráter de urgência, como a prorrogação do prazo para procedimentos eletivos, para liberar leitos, e a suspensão do reajuste dos planos individuais, por adesão e com até 29 vidas (conhecidos como PME) por três meses pela maioria dos associados da Abramge e da FenaSaúde, entre maio e junho de 2020, no momento agudo da pandemia. “A contratação e o treinamento de mais de 10 mil profissionais de saúde e a abertura de mais de 2.800 novos leitos, incluindo a antecipação da inauguração de hospitais inteiros, foram decisões tomadas pelas operadoras para solucionar a crise de atendimento”, ressaltou.
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