A vacina da Pfizer produz menos anticorpos em pessoas acima de 80 anos do que naquelas em faixas etárias mais baixas. É o que aponta um estudo publicado nesta segunda-feira (17 de maio), na forma de pré-print pela Oxford University Press. Conforme a pesquisa, conduzida pela Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, a vacina da Pfizer gera uma resposta imune menor em idosos com mais de 80 anos do que nas pessoas com 60 anos ou menos.
Neste estudo, houve a comparação de dois grupos: um composto por 83 idosos com mais de 80 anos, moradores de uma instituição de longa permanência, e outro composto por 93 cuidadores e profissionais de saúde, todos com idades menores do que 60 anos. Todas as 176 pessoas observadas foram vacinadas durante a campanha de imunização contra Covid-19 promovida na Alemanha, em dezembro do ano passado.
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Verificou-se que 31,3% dos idosos com mais de 80 anos não produziram anticorpos até 19 dias após a segunda dose (não houve detecção), o que significa que 68,7% teve resposta imune. Entretanto, entre as pessoas com 60 anos ou menos, 97,8% tiveram resposta imune.
Os pesquisadores coletaram as amostras de sangue no intervalo entre 17 e 19 dias após a primeira dose e 17 dias após a segunda.
A pesquisa apontou que o grupo de cuidadores e profissionais de saúde, em sua maioria, apontou anticorpos específicos contra o coronavírus logo após a primeira dose (IgG). Em apenas 2,3% o resultado foi indeterminado e em 4,4% houve detecção de quantidades menores do limite estabelecido no estudo. A proporção foi inversa no grupo de idosos: 70% não apresentaram anticorpos IgG acima do limite detectável e 9,4% ficou na condição de indeterminado.
Após 17 dias da segunda dose, a quantidade de anticorpos IgG aumentou 10 vezes no grupo mais jovem. Nenhuma pessoa desse grupo mostrou taxa de anticorpos menor ao nível esperado. Entre os participantes mais velhos, 10,6% tiveram aumento na taxa média de IgG, mas não houve uma produção acima do limite esperado.
Conforme os pesquisadores, uma menor resposta imune entre as pessoas mais idosas, na comparação com as mais jovens, já era esperada e ocorre com outros tipos de vacina. Mesmo com os resultados, o estudo destaca a importância das campanhas de vacinação, que contribuem para a imunidade coletiva, além da proteção individual.
* Com informações do Diário do Nordeste
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