A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão imediata do uso da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz para mulheres gestantes. A orientação está em nota técnica emitida pela agência na noite desta segunda-feira (10 de maio).
A publicação da Anvisa não traz a descrição de nenhum evento adverso registrado com gestantes no Brasil. Mas o Ministério da Saúde informou que está investigando a morte de uma grávida depois de ela ter sido imunizada com a vacina da AstraZeneca, no Rio de Janeiro. Após esse caso, veio a recomendação pela suspensão da Anvisa.
A orientação da Anvisa é que a indicação da bula da vacina AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. A decisão é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra a Covid-19 em uso no país.
“O uso off label de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica”, ressaltou a Anvisa.
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A vacina vinha sendo usada em gestantes com comorbidades. Agora, só podem ser aplicadas nas grávidas a CoronaVac e a vacina da Pfizer.
Após a orientação, estados e municípios decidiram suspender o uso da vacina da AstraZeneca para a imunização de gestantes. Alguns deles utilizavam exclusivamente a vacina da Pfizer para a vacinação desse grupo. O Rio de Janeiro, por exemplo, decidiu suspender momentaneamente a vacinação para todas as gestantes, independentemente do tipo de imunizante contra Covid-19.
Sobre a suspensão, a AstraZeneca informou por meio de nota, ao portal G1, que mulheres grávidas ou que estavam amamentando não participaram de estudos clínicos da vacina. “Referente a suspensão do uso da vacina AstraZeneca/Fiocruz por parte da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a AstraZeneca esclarece que as mulheres que estavam grávidas ou amamentando foram excluídas dos estudos clínicos. Esta é uma precaução usual em ensaios clínicos. Os estudos em animais não indicam efeitos prejudiciais diretos ou indiretos no que diz respeito à gravidez ou ao desenvolvimento fetal.”
“Nossa indicação é que, nesse momento, vamos alterar um pouco a recomendação da OMS [Organização Mundial de Saúde] que hoje indica a vacinação, de acordo com o custo x benefício. Mas, hoje, o risco de não vacinar gestantes no país já justifica a inclusão desse grupo para se tornar um grupo de vacinação nesse momento”, afirmou Franciele Francinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, no dia 27 de abril, durante audiência na Câmara dos Deputados.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) publicou também uma série de orientações para gestantes a partir da oferta da vacina contra Covid-19.
* Com informações da Agência Brasil
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