A insuficiência cardíaca é, por si só, uma doença com alto grau de morbidade e mortalidade, sendo responsável por uma parcela significativa de internações no país e óbitos no país – em apenas um ano, 200 mil pacientes foram internados e mais de 22 mil morreram devido ao problema, segundo o DataSUS. Quando o assunto são doenças cardiovasculares, as mortes chegam a 300 mil anual. Mas, neste contexto de pandemia, é preciso analisar a relação insuficiência cardíaca e Covid-19.
Na pandemia, o cenário tende a se agravar, visto que o Brasil soma 14 milhões de pacientes com doenças cardiovasculares, que condicionam uma taxa de letalidade de até 10,5% maior em infecções por SARS-CoV-2, de acordo com informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ademais, um estudo conduzido pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) analisou óbitos em decorrência do novo coronavírus e revelou que alguns deles ocorreram, em especial, devido à insuficiência cardíaca descompensada, e não de causa pulmonar em si. Por isso, é essencial analisar a interface insuficiência cardíaca e Covid-19.
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Sinais de alerta
O médico cardiologista Roberto Yano explica que a insuficiência cardíaca apresenta sintomas que podem alertar que o coração não está funcionando da maneira adequada. “O coração é o órgão que bombeia o sangue, oxigênio e os nutrientes para todo o nosso organismo. Quando esse motor começa a enfraquecer, os níveis de oxigênio que chegam as demais partes corpo começam a diminuir, causando sintomas característicos como falta de ar, cansaço e edema de membros inferiores”, comenta.
Existem dois tipos de insuficiência cardíaca, a sistólica e diastólica. “Na sistólica, o coração tende a ejetar menos sangue do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. Se em cada batimento pelo menos 55% do sangue precisa sair do ventrículo esquerdo para a aorta, nos casos de insuficiência cardíaca esse número pode cair para 40%, 30% ou até menos. Em resumo, o coração fraco tende a dificultar a circulação do sangue por todo o nosso organismo”, elucida o cardiologista.
Já na categoria de insuficiência cardíaca diastólica, o coração apresenta dificuldade de relaxamento da sua musculatura, que por consequência faz com que o órgão não consiga se preencher de sangue adequadamente devido o músculo estar mais rígido. Isso ocasiona os mesmos sintomas da insuficiência cardíaca sistólica, e tendo uma morbidade e mortalidade semelhantes.
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Confira alguns dos sintomas de insuficiência cardíaca, que servem de alerta:
Cansaço fácil
Caso o paciente note que fica cansado após atividades que não demandam tanto do coração, como subir alguns lances de escadas ou fazer caminhadas, é preciso atenção. “Fatores como obesidade o sedentarismo, ao longo dos anos, também pode condicionar o paciente a ter esses sintomas, mas é preciso atenção e análise para descartar problemas no coração”, alerta Yano.
Falta de ar
Sintoma clássico da insuficiência cardíaca, a falta de ar ocorre quando o coração não está bombeando sangue o oxigênio o suficiente. “Essa falta de ar começa de forma leve, após grandes esforços, e vai evoluindo, caso não tratada, para falta de ar até mesmo em repouso”, aponta o médico.
Ortopneia
Em resumo, é a falta de ar que piora ao deitar. Quando o coração não consegue bombear o sangue para a aorta, a tendência é que ele se acumule nos pulmões. “Quando o paciente se deita, esse líquido represado acaba encharcando, e se distribuindo para todo o pulmão, trazendo dificuldade para respirar. Na hora de dormir, o indivíduo acaba precisando usar vários travesseiros e em casos mais graves, só consegue dormir sentado”, elucida.
Inchaço nas pernas
Quando o lado direito do coração está fraco, ele fica incapaz de recolher o sangue que vem do sistema venoso. Isso faz com que mais sangue fique acumulado nas pernas, podendo causar edema de membros inferiores. Geralmente esse inchaço ocorre nos pés, e perto do tornozelo. Porém em casos mais graves pode evoluir para edema de abdômen e até anasarca, que é o edema generalizado.
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