Nessa época do ano é bastante comum que as pessoas se queixem de dor ao urinar. A conhecida cistite é um dos problemas que mais aparecem no verão e incomodam, principalmente, as mulheres. Mas se engana quem acredita que a dor atinge somente o público feminino.
O médico urologista do Pilar Centro Médico, em Curitiba (PR), Eduardo Gerber, explica que a dor ao urinar (ou disúria) é um dos sintomas que afetam mulheres e homens numa proporção semelhante, e que podem indicar inúmeras doenças, como infecção de bexiga, uretrite (doenças sexualmente transmissíveis – DST, como gonorreia, entre outras), além da cistite actínica, que é a inflamação da bexiga pós-radioterapia, e também os problemas da próstata, na qual o mais comum é a hiperplasia prostática benigna. Ou seja, a dor ao urinar pode indicar muitos problemas, e cada causa tem o seu tratamento individualizado”, explica o especialista.
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Por isso, consultar um médico quando sentir dor ao urinar ou desconforto é fundamental para investigar o problema, passar por um tratamento adequado e se curar. “O mais comum, ainda, é encontrar a infecção urinária – a cistite, como causa da disúria”, cita Gerber. O tratamento da doença consiste basicamente em atacar a bactéria que levou ao sintoma. “A disúria é sinal de alerta para qualquer problema urológico, devendo o paciente procurar de imediato um urologista para investigação da causa”, orienta.
Outro problema do trato urinário é a síndrome da bexiga dolorosa (SBD), que é uma doença que causa dor, pressão ou desconforto na bexiga, acompanhado de sintomas urinários, como o aumento da frequência e urgência urinárias. A Sociedade Internacional de Incontinência (ICS) relata que a doença acomete, principalmente, as mulheres acima de 40 anos, numa proporção de 10 por 1 em relação aos homens, porém, cerca de 25% das mulheres começam a apresentar os sintomas antes dos 30 anos.
“A causa da doença ainda é controversa, mas sabe-se que é provocada por uma alteração do urotélio (camada de células que reveste a bexiga) causando uma cascata de alterações e levando a lesões inflamatórias locais e dor”, diz o especialista. Segundo ele, a dor ao urinar está presente em 97% das pacientes e tem algumas caraterísticas específicas. “Piora com consumo de certos alimentos e bebidas (que devem ser individualizados), piora com o enchimento da bexiga e melhora após o esvaziamento da bexiga. Outros sintomas relacionados são polaciúria (aumento da frequência), noctúria (aumento da frequência noturna) e urgência para urinar”, ressalta.
Alguns exames podem ser realizados para a identificação da SBD, como os de urina, ecografia, cistoscopia e estudo urodinâmico. O tratamento consiste desde alterações comportamentais, ao uso de medicamentos antidepressivos e anti-histamínicos, passando por fisioterapia, medicações intra-vesicais (remédios diretamente na bexiga), neuromodulação sacral e, em último caso, por meio de cirurgias.
“Não existe meio eficaz de prevenir, mas podemos orientar os pacientes a levar uma vida mais saudável, tomando no mínimo 2 litros de água por dia, não segurando a urina muito tempo dentro da bexiga, além de medidas que diminuem radicais livres, como ter uma dieta saudável, evitar cigarro e fazer atividades físicas regularmente. Ainda há muita controvérsia tanto na causa quanto no tratamento da Bexiga Dolorosa, mas é possível diminuir os riscos tendo uma rotina mais saudável”, conclui.
* Com informações da assessoria de imprensa
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