A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta terça-feira (9 de fevereiro) que a nova variante do coronavírus identificada no Brasil pode afetar a eficácia das vacinas contra Covid-19 disponíveis até o momento. Segundo a Organização, com base em investigações preliminares, a variante brasileira potencialmente reduzir a neutralização de anticorpos. Entretanto, a OMS comunicou que são necessários estudos adicionais para verificar se esta cepa provoca mudanças na transmissibilidade do vírus, gravidade ou atividade neutralizadora de anticorpos.
Sobre a variante britânica, a OMS declarou que de fato existe uma maior transmissibilidade nesta cepa. Além disto, estudos em laboratório identificaram redução na atividade neutralizadora contra as variantes em pessoas vacinadas com as doses da Moderna ou da Pfizer. Mesmo assim, segundo a OMS, os “títulos neutralizadores ainda permaneçam acima dos níveis esperados para conferir proteção”.
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A variante do coronavírus identificada na África do Sul também causou impacto na eficácia das vacinas. Conforme a Organização, novos resultados preliminares das Novavax, Johnson & Johnson (Jansen) e Oxford/AstraZeneca mostraram potencial redução da eficácia contra esta cepa.
O OMS informou que os estudos da fase 3 da vacina da Johnson & Johnson mostraram 66% de eficácia na prevenção de infecções moderadas a graves, 28 dias após a vacinação. A pesquisa também foi realizada na África do Sul, onde a eficácia ficou em 57%. No país, 95% das cepas causadoreas da doença foram a variante.
Os resultados preliminares da Novavax apresentaram 60% de eficácia contra a variante sul-africana, segundo a OMS. E a vacina de Oxford, em um teste com 2,2 mil pessoas, “resultou em uma eficácia não significativa de 21,9% contra a Covid-19 moderada”, incluindo um período em que a maioria dos casos na África do Sul foi causada pela variante do coronavírus. A OMS, no informe divulgado nesta terça-feira, relatou que a eficácia contra a forma mais grave da Covid-19, hospitalizações e mortes ainda precisa ser estudada.
A OMS reforçou que estas são “descobertas preliminares” e que há necessidade de investigação adicional.
Vacina de Oxford
Enquanto isto, a África do Sul suspendeu a aplicação da vacina de Oxford/AstraZeneca depois que evidências indicarem uma proteção mínima contra formas mais leves da infecção causada pela variante encontrada no país, em especial entre os jovens.
O Grupo de Vacinas de Oxford se pronunciou sobre o caso, informando que ainda não está claro se haverá necessidade de novas vacinas para combater as variantes do coronavírus. Mas que, de qualquer forma, há cientistas trabalhando em novos imunizantes e, por isso, não há motivo para alarde.
* Com informações do UOL e G1.
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