Vacinação contra Covid-19 em 2022: o que já está planejado

A aplicação de vacinas contra Covid-19 ainda não terminou em 2021. Seguem as demandas de segunda dose na população adulta e da primeira em parte dos adolescentes entre 12 e 17 anos. Além disso, estão sendo aplicadas as terceiras doses em idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde. Entretanto, é necessário planejar como ocorrerá a vacinação contra Covid-19 em 2022, para evitar o atraso no envio de doses e lacunas nas aplicações, o que foi visto neste ano. 

O Ministério da Saúde anunciou na última sexta-feira (8 de outubro) como será a vacinação contra Covid-19 em 2022 no país. Serão disponibilizadas no ano que vem 354 milhões de doses no ano que vem. A previsão indica a aplicação de duas doses na população acima de 60 anos, com intervalo de seis meses entre elas; e uma “dose de reforço” na população até 59 anos. A campanha de vacinação deixa de seguir os critérios de grupos prioritários e considera somente faixas etárias, por ordem decrescente. O ministério ainda anunciou que há possibilidade de ampliação do público-alvo. 

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Serão adquiridas 120 milhões de doses da vacina da AstraZeneca; 100 milhões da vacina da Pfizer; e 134 milhões virão de saldos de contratos de 2021. “Quero destacar que o mundo ainda não sabe qual é a forma mais adequada para a vacinação em 2022”, declarou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. 

O secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, afirmou que este é o planejamento para o cenário de momento, sujeito a alterações. Ele também esclareceu que a pasta tem instrumentos suficientes para a aquisição de mais vacinas, se isso for necessário em 2022. 

A médica infectologista Camila Ahrens, do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), comenta que o planejamento apresentado até o momento parece estar adequado para reforçar a imunização dos brasileiros nos próximos meses. Ela destaca que também é importante cumprir o cronograma planejado para a aplicação dessas doses. 

A sequência da vacinação contra Covid-19 em 2022 é um indício de como a imunização contra o coronavírus pode se tornar frequente na rotina de saúde dos brasileiros, assim como já acontece com a vacina contra a Influenza (gripe). “A vacina contra a Influenza muda a cada ano, baseada nas variantes do ano anterior e que eram mais prevalentes. Isso pode acontecer também com a vacina contra o coronavírus. As variantes vão ocorrer, pois o objetivo do vírus é ficar mais forte e se proliferar. O contexto será a vacina se tornar realmente anual e fazer parte do nosso dia a dia”, opina Camila.

A médica infectologista ressalta que, apesar dos efeitos da vacinação dos números relacionados à pandemia, não significa que a crise desencadeada pela Covid-19 terminou. “Conseguimos verificar os casos diminuindo a cada semana, a taxa de transmissão também, mas as pessoas têm a ilusão de que o vírus está indo embora. Não dá para menosprezá-lo. O objetivo da vacina é evitar a hospitalização e a morte. Não significa estar totalmente imune, que você vacinado não vai pegar. Teremos que aprender a conviver com o vírus. Ainda não é momento para a retirada da máscara, e os cuidados devem permanecer, porque o vírus continua por aí, apesar da flexibilização de algumas medidas”, avalia. 

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