Conhecer a árvore genealógica pode ajudar no tratamento de doenças

árvore genealógica
(Foto: Freepik)

O histórico familiar pode ser um importante aliado para a saúde. Isso porque, conhecer os hábitos que passam de geração em geração ou as doenças enfrentadas por parentes diretos pode ajudar a identificar possíveis predisposições genéticas ou a necessidade de mudanças no estilo de vida. Médicos geneticistas afirmam que, mesmo diante de eventual dificuldade em obter tais dados, é fundamental se apropriar desse tipo de informação.

Leia também – Doenças alérgicas aumentam no outono e demandam cuidados especiais

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o histórico de saúde da família é um registro importante das doenças e condições de saúde dos seus membros. De acordo com o Centro, esse rastreio é determinante, uma vez que muitos fatores podem influenciar a saúde de uma pessoa, como genética, comportamentos de estilo de vida, ambiente e outros.

O conhecimento do histórico de saúde de uma pessoa e sua família, portanto, pode auxiliar na precisão de diagnósticos e na indicação mais adequada de tratamentos para certas doenças ligadas à hereditariedade. Nesse sentido, recorrer a ferramentas como a árvore genealógica on-line pode fazer a diferença.

Entre as doenças identificadas por meio da árvore genealógica, está o glaucoma, uma condição ocular que pode levar à cegueira. Além disso, o método também pode ajudar a detectar cânceres hereditários, como o de mama. Ao reconhecer casos de câncer na família, os médicos conseguem indicar exames preventivos para as pessoas que estão em maior risco e traçar a melhor abordagem de tratamento para cada caso.

Outra condição que pode ser identificada por meio da história médica da família é o lúpus. Embora esse problema não seja hereditário, ele pode ter uma predisposição genética, sendo mais comum em pessoas da mesma família. Dessa maneira, ter ciência do histórico médico familiar pode ajudar a diagnosticar e tratar o lúpus de forma mais eficiente.

Orientações para fazer a árvore genealógica

Para auxiliar na organização das informações sobre doenças, condições de saúde e estilo de vida dos membros de uma família, o CDC sugere a elaboração de uma árvore genealógica, que inclua pais, avós, filhos, irmãos, tios, primos e sobrinhos. Para os integrantes, é importante anotar as principais doenças identificadas, condições médicas e idade em que cada diagnóstico foi feito.

Para prevenir o desenvolvimento de doenças relacionadas ao cigarro e à obesidade, por exemplo, outros hábitos de vida também devem ser observados e registrados, como alimentação e tabagismo.

Ao obter esses dados, o médico pode realizar um diagnóstico mais acurado, aconselhar medidas apropriadas a serem tomadas e, quando necessário, sugerir testes de triagem com antecedência.

Fatores de risco do câncer ganham destaque

Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 10% a 20% dos diagnósticos da doença possuem causa genética. Esses tipos de tumores geralmente se destacam por serem detectados em idades mais jovens, apresentarem maior agressividade, terem maior probabilidade de se manifestar em tumores raros e/ou múltiplos e estar presente em diversos indivíduos da mesma família, sendo hereditários e transmitidos de geração em geração através de alterações genéticas.

Para exemplificar, o câncer de próstata é uma doença que normalmente aparece em pacientes com mais de 60 anos de idade. Quando há detecção do câncer em pacientes com menos de 55 anos, isso é considerado um caso de câncer em idade jovem e deve ser tratado com maior atenção.

Um estudo divulgado pelo The Journal of the American Medical Association indicou que, no caso do câncer de mama ou de cólon, relatos de histórico familiar do câncer em parentes de primeiro grau são informações precisas e valiosas para avaliar o risco de desenvolvimento da doença.

Outra indicação de uma possível causa genética para o câncer é o tipo de tumor. Tumores no ovário ou pâncreas têm uma chance maior de serem hereditários, abrangendo cerca de 25% desses casos.

De acordo com informações do Inca, a detecção precoce do câncer é um fator-chave para aumentar as chances de recuperação. Quando uma avaliação genética é recomendada, um médico geneticista é responsável por determinar quais exames devem ser realizados e pode utilizar a análise específica do DNA para guiar o tratamento.

Certas mudanças genéticas são mais propícias para esquemas terapêuticos específicos, segundo especialistas. Consequentemente, a partir dos resultados da avaliação genética, é possível alinhar as opções de tratamento com a oncologia clínica.

*Informações Assessoria de Imprensa

Acompanhe as notícias de Saúde & Bem Estar clicando aqui