O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em termos de tempo de navegação na internet. De acordo com o Relatório Digital 2024, os brasileiros passam, em média, 9 horas e 13 minutos por dia conectados, ficando atrás apenas da África do Sul, onde o tempo de navegação atinge 9 horas e 24 minutos. Esse elevado tempo online tem gerado preocupações sobre os impactos desse comportamento na saúde mental da população, com destaque para o fenômeno do “brain rot”, ou “cérebro podre”, eleito termo do ano de 2024 pelo Dicionário Oxford.
O conceito de “brain rot” refere-se à deterioração mental e intelectual causada pelo consumo excessivo de conteúdos superficiais e pouco desafiadores, comuns nas redes sociais. “A popularização do ‘brain rot’ é um reflexo do consumo acelerado e repetitivo de informações que não exigem reflexão ou compreensão profunda. Esse consumo contínuo de conteúdos de baixo valor intelectual pode prejudicar a capacidade crítica e a absorção de conhecimento”, explica Adriano Santos, sócio da Tamer Comunicação.
O termo “brain rot” foi usado pela primeira vez em 1854 por Henry David Thoreau, no livro “Walden”, para descrever o enfraquecimento intelectual causado pela falta de contato com ideias desafiadoras. A expressão ganhou relevância nos últimos anos devido ao aumento do tempo de exposição da população a conteúdos rápidos e muitas vezes rasos. “Embora o termo tenha raízes no século XIX, ele se tornou mais relevante no contexto digital atual, onde a rapidez e a superficialidade são as características predominantes do consumo de informação”, afirma Santos.
O Brasil, com sua alta taxa de navegação online, está particularmente vulnerável aos efeitos do “brain rot”. As redes sociais, especialmente plataformas como TikTok e Instagram, contribuem para a disseminação de conteúdo efêmero e muitas vezes sem substância. “O excesso de informações fragmentadas e de baixo valor intelectual afeta a capacidade de atenção e pode gerar um desinteresse por conteúdos mais complexos, o que tem consequências a longo prazo”, comenta o especialista.
Com a popularização do fenômeno, especialistas em saúde mental alertam sobre os riscos para o desenvolvimento cognitivo, especialmente entre os mais jovens. O consumo constante de conteúdos superficiais pode diminuir a capacidade de concentração e aumentar os níveis de ansiedade, prejudicando o bem-estar mental da população. A recomendação é equilibrar o tempo online com atividades que estimulem o pensamento crítico e o aprendizado profundo.
De acordo com Santos, o desafio para os profissionais de comunicação é grande. Com o aumento da dependência das redes sociais, a responsabilidade de criar conteúdos de valor intelectual se torna ainda mais importante. “O papel dos comunicadores é fundamental nesse processo. Criar conteúdo que desperte o interesse e incentive a reflexão pode ser um caminho para mitigar os efeitos do ‘brain rot'”, conclui.
O fenômeno do “brain rot” reflete as mudanças no comportamento digital, com o Brasil se destacando entre os países com maior tempo de navegação online. Esse comportamento tem gerado preocupações sobre os impactos na saúde mental e intelectual da população. O crescente consumo de conteúdos superficiais pode afetar a capacidade de concentração e o desenvolvimento cognitivo, tornando essencial que a sociedade busque alternativas para equilibrar o consumo digital com atividades que promovam o pensamento crítico e a aquisição de conhecimento mais aprofundado.
*Informações Assessoria de Imprensa
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