De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardíacas são a principal causa de morte no mundo. Mas, diante da pandemia, muitas pessoas não têm dado atenção aos sinais do coração e têm evitado ir ao hospital por medo da infecção pelo novo coronavírus. No mês de abril, a redução de atendimentos de infartos no país chegou a 70%, conforme indica a Sociedade Brasileira de Cardiologia Intervencionista.
Esse cenário motivou o professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) José Knopfholz a propor um desafio a seus alunos: a criação de uma plataforma voltada à publicação de informações sobre a saúde do coração e problemas vasculares, além da interação com o público.
“Durante a pandemia, percebemos que as pessoas estão demorando muito para procurar atendimento quando têm dor torácica ou outras emergências cardiovasculares, o que reduz muito a chance de sobreviver”, explica o professor.
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Assim surgiu o projeto O Coração Tem Razões, que tem como objetivo alertar a população sobre os sintomas e complicações decorrentes de doenças cardiológicas e promover o bem-estar por meio de informações confiáveis. A partir daí, estão sendo produzidos vídeos e textos explicativos com temas relacionados à saúde do coração, como sintomas de doenças cardiovasculares, ações de prevenção, mudanças no estilo de vida e até mesmo saúde mental. O site é alimentado por um grupo de 24 estudantes de Medicina, sob a supervisão de Knopfholz.
“A ideia é que as informações cheguem ao maior número de pessoas, principalmente para os jovens, que possam ter pais e avós com doenças cardiovasculares. Com a ajuda da plataforma, é possível identificar os sintomas iniciais de um infarto e prestar socorro, por exemplo”, diz o professor.
Para o estudante Rodrigo Fadel, que está no sexto período do curso de Medicina da PUCPR, fazer parte do projeto tem proporcionado ensinamentos que vão além dos aprendidos em sala de aula, ou melhor, das aulas remotas. “O projeto me ensinou sobre responsabilidade e a importância que o profissional de saúde tem em levar conhecimento confiável para a população. Além disso, uma importante lição que aprendi foi que trabalhando em equipe podemos chegar muito mais longe com nossos objetivos”, conta.
Ativo há duas semanas, a expectativa é que o projeto seja expandido para o ambiente presencial, quando as condições permitirem, para a realização de eventos e oficinas, com foco na atenção às doenças do coração.
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