Uma das expectativas para este mês era o início da vacinação contra Covid-19 para adolescentes, que foi anunciada pelo Ministério da Saúde, seguida de vários estados brasileiros que aguardavam as orientações por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI). No entanto, o ministério publicou uma nota técnica nesta quarta-feira (15 de setembro), por meio da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, apenas recomendando a vacinação contra Covid-19 para adolescentes entre 12 e 17 anos com deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.Com a medida, estão excluídos os adolescentes sem comorbidades, que seriam imunizados por último.
O Ministério da Saúde argumentou que os efeitos da vacinação contra Covid-19 para adolescentes ainda não estão claramente conhecidos e que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda imunização para esta faixa etária, seja com ou sem comorbidades. Mas a entidade, no mês de junho, informou que, por enquanto, a vacinação para estes jovens não deveria ser prioritária.
Leia também – Qual é a importância da segunda dose da vacina contra Covid-19?
Leia também – Proteção da vacina contra Covid-19: estudo confirma queda nos internamentos
Outro argumento apresentado pelo ministério foi o fato de a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresentarem evolução benigna da doença. Nesta quinta-feira (16 de setembro), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também disse que o Reino Unido tomou a decisão de suspender a vacinação para todos os adolescentes entre 12 a 15 anos, após um efeito colateral raro, a miocardite, ser detectado com a aplicação da vacina da Pfizer. Aliás, este é o único imunizante com autorização para aplicação neste grupo no Brasil.
Queiroga também disse que mais de 3,5 milhões de adolescentes já foram vacinados no Brasil, mas sem autorização do PNI, que previa a imunização desta faixa etária a partir da segunda quinzena de setembro. Ainda afirmou que 1,5 mil adolescentes tiveram eventos adversos, o que representa 0,042% do total de imunizados. O ministro também informou que essas reações aconteceram em adolescentes que tomaram vacinas sem recomendação para esta idade.
De acordo com o ministro, os adolescentes sem comorbidades que já tomaram uma dose da vacina contra Covid-19 não devem tomar a segunda dose.
Vacinação contra Covid-19 para adolescentes: reação após a suspensão
Após a publicação da nota, algumas cidades anunciaram a suspensão da vacinação de adolescentes, entre elas, as prefeituras de Natal (RN) e Salvador (BA). O governo do Distrito Federal também decidiu seguir a recomendação do ministério e suspendeu a imunização de adolescentes na capital federal.
No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde emitiu nota na tarde desta quinta-feira informando que aguarda o posicionamento definitivo sobre a aplicação de doses em adolescentes, também em razão da manifestação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que pede parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a liberação dos imunizantes para todos os menores, conforme previsto inicialmente pelo Ministério da Saúde. “O Paraná não iniciou oficialmente a vacinação de adolescentes, pois as doses que serão destinadas para este público serão carimbadas pelo Ministério da Saúde e não chegaram ao Estado. A Sesa está seguindo rigorosamente o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e qualquer iniciativa que esteja desalinhada com as suas diretrizes implica em desorganização da estratégia de vacinação”, traz o documento.
* Com informações da Agência Brasil e G1
Leia também – A terceira dose da vacina contra Covid-19 será para todos?
Leia também – Por que será aplicada a terceira dose da vacina contra Covid-19?