Os investimentos na área da saúde também vêm sendo direcionados para o interior do país. Exemplo disto está acontecendo no Paraná, onde cidades como aringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Medianeira, Pato Branco e Ponta Grossa receberam recursos e empreendimentos, mesmo durante a pandemia. Quem está decidido a investir tem olhado cada vez mais para o interior, diante da grande concorrência nas capitais.
Exemplo disto, é a empresa BIOENG Projetos, que executou nestes últimos dois anos seis novos projetos no interior paranaense. Foram 200 mil metros quadrados de área construída e aproximadamente R$ 2,5 bilhões em investimentos, sendo R$ 1,5 bilhões só no interior do Paraná. Além de determinadas regiões favorecerem os investimentos na área da saúde neste momento, empresas também apostam em tendências, como a bioengenharia no mercado da construção civil, para potencializar suas ações no mercado.
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O mestre em Engenharia Biomédica e PhD em Gestão de Saúde Norton Mello, CEO da BIOENG Projetos, afirma que isso demonstra a força do crescimento dos investimentos em saúde no interior e o avanço do mercado de edificações flexíveis, que são aquelas que prezam pela humanização dos ambientes e pela racionalização do uso dos leitos, que são capazes de abrigar qualquer atividade de saúde e bem-estar. Ele ressalta que, nos últimos anos, os investidores descobriram o potencial do interior do estado, pois há uma grande carência de serviços na área da saúde em muitas cidades, ao passo que na capital, a concorrência vem cada vez mais aumentando. “E existem ainda os custos fixos que nas cidades menores tendem a ser mais atrativos também”, pontua.
O especialista ainda explica que, no caso dos hospitais, é necessário planejar espaços mais flexíveis que permitam alterações imediatas de reestruturação dos serviços de atenção à saúde, observando ainda questões de fluxos de pessoas, insumos e resíduos, análise de riscos, isolamentos, permeabilidade biofílica, sem perder a produtividade dos ambientes. “Os projetos hospitalares e de clínicas deverão cada vez mais apresentar soluções para aumentar a iluminação e ventilação naturais, tornando os edifícios menos dependentes de fontes artificiais de energia e poupando preciosos recursos. Com esse foco em sustentabilidade, deve-se ainda pensar em uma estrutura que permita redução de gastos fixos, como água e energia, que aumente a produtividade e o acolhimento dos usuários”, destaca Mello.
O investimento em projetos de bioengenharia na área da saúde deve oferecer a possibilidade de aumento da produtividade para os profissionais alocados no interior e novas clínicas instaladas. Isso deve permitir a prática de especialidades de alta performance, além de gerar ainda mais oportunidades no segmento de saúde. Segundo dados da Confederação Nacional da Saúde (CNSaúde), em 2021 houve uma alta de 173,8 mil vagas no setor, que está entre os principais geradores de emprego na economia. Esse crescimento se deve a diversos fatores, como o aumento da busca por bem-estar e com o aumento da população idosa.
De acordo com Mello, com a bioengenharia é possível estabelecer uma conexão multissensorial entre os ambientes e as emoções das pessoas, além de estimular habilidades físicas, cognitivas e sociais, tornando a experiência aos pacientes e profissionais muito mais seguras. Isso tem pressionado uma mudança na forma de se pensar as construções na área da saúde e as cidades do interior são exemplos pioneiros desse movimento de mercado.
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