Esquizofrenia: saiba mais sobre a doença que afeta 2 milhões de brasileiros

    Nesta segunda-feira (24) celebramos o Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia. O objetivo da data é alertar sobre os sintomas, o tratamento e ainda mitigar os estigmas da doença que atinge 23 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde). No Brasil, o Ministério da Saúde contabiliza que dois milhões de pessoas são portadoras deste distúrbio mental grave, que afeta a capacidade de distinguir a realidade de delírios e alucinações.

    O distúrbio é marcado por surtos que envolvem paranoias, como ouvir vozes e acreditar que está sendo perseguido. Pedro Antonio Pierro Neto, neurocirurgião convidado pela farmacêutica Prati-Donaduzzi para falar sobre o tema, explica que em casos graves da doença é comum o paciente relatar conversas com seres de outro planeta e situações delirantes de vozes que conversam entre si. “Mas, nem todo esquizofrênico ouve vozes; às vezes o paciente é apenas desconectado do ambiente e da realidade em que vive”, afirma.

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    Saúde Mental: ainda um tabu no ambiente de trabalho

    É comum que a doença se manifeste ainda na adolescência ou no início da vida adulta, entre 15 e 35 anos de idade, e não há incidência predominante entre os sexos. Existem casos mais brandos com características confusas, o que, muitas vezes, dificulta o diagnóstico. Hoje, há diferentes tipos de esquizofrenia:

    – Esquizofrenia catatônica;

    – Esquizofrenia paranoide;

    – Esquizofrenia desorganizada;

    – Esquizofrenia indiferente.

    Causas da doença

    As causas da esquizofrenia não são exatas e o diagnóstico é essencialmente clínico. Sabe-se que o fator genético tem grande influência na possibilidade do desenvolvimento da doença, ou seja, se há um membro da família que seja portador, existem chances de outros próximos também apresentarem o distúrbio.

    Um conceito aceito e difundido na medicina é o da vulnerabilidade versus estresse, considerando que a junção da presença da vulnerabilidade com fatores estressantes, como o convívio em ambientes e situações que causam estresse e a falta de recursos para lidar com isso podem desencadear a doença. O uso de drogas psicoativas também é um potencial desencadeador da esquizofrenia.

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    O tratamento

    A esquizofrenia é tratada, primordialmente, de forma medicamentosa, com o uso de antipsicóticos. Esses medicamentos evoluíram muito nas últimas décadas, os utilizados hoje em dia para o tratamento da patologia causam menos efeitos colaterais e ajudam o paciente a ter uma vida mais saudável e com mais qualidade.

    “Em torno de 30% dos portadores da doença que fazem tratamento conseguem ter controle total. Os outros 70% terão controle parcial, ou nenhum, nos casos mais graves”, explica o neurocirurgião.

    Junto com o tratamento medicamentoso é comum os pacientes realizarem psicoterapia e terapia ocupacional. Dessa forma, o esquizofrênico trabalha habilidades sociais para facilitar o convívio com os outros e permitir que haja integração social. O apoio da sociedade e dos familiares é muito importante para que isso ocorra. As informações sobre a patologia quebram preconceitos e acolhem as pessoas. O conhecimento é a chave para mudar vidas.

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