Prorrogada campanha de vacinação contra poliomielite

Devido à baixa taxa de cobertura e à baixa adesão da população, a Secretaria de Estado da Saúde decidiu prorrogar, no Paraná, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. A campanha, que terminaria nesta sexta-feira (30 de outubro), será prorrogada em todo o estado até o término do estoque de vacinas ou até atingir a meta de 95% de cobertura vacinal recomendada pelo Ministério da Saúde.

A taxa de cobertura vacinal da poliomielite está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde há cerca de 6 anos em todo Brasil. No Paraná, a vacinação contra a doença atingiu até o dia 20 de outubro cerca de 55% do público estimado, com a imunização de aproximadamente 320 mil crianças. A meta no estado é vacinar 583 mil crianças.

De acordo com o calendário, a vacina contra a poliomielite é indicada para crianças de 2 meses (1ª dose), 4 meses (2ª dose) e 6 meses (3ª dose). Estão previstas ainda doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

“Desde 1986 não temos a presença da poliomielite no Paraná, mas não podemos deixar a cobertura abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, para não correr o risco de a doença ser reintroduzida no estado”, explica Vera Rita da Maia, chefe da Divisão de Imunização da Secretaria da Saúde. “A única forma de evitar a paralisia infantil é manter em alta a taxa de cobertura da vacina”, diz.

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Em Curitiba, a vacina está disponível em todas as unidades de saúde desde o dia 28 de setembro, mas até 29 de outubro foram aplicadas apenas 31.208 doses em crianças que fazem parte do público-alvo da campanha. Este número corresponde a 35,8% da meta da cidade, que é imunizar 90 mil crianças.

A baixa cobertura levou o município a a adotar estratégias como a imunização das crianças em casa, nas áreas de maior vulnerabilidade social, e a vacinação no sistema drive-thru. 

Não há registro da doença em Curitiba há mais de 30 anos, mas ela não está erradicada no mundo, e ainda há países com registros de poliomielite. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta que o poliovírus pode ser facilmente importado para um país livre da doença e se espalhar rapidamente entre as populações não imunizadas. Por isso a importância de atingir a meta de 95% da população-alvo.

Saiba mais sobre a poliomielite

A poliomielite é uma infecção contagiosa causada pelo poliovírus selvagem, que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total. A vacinação é a única forma efetiva de prevenção, por isso é importante a conscientização da população e a vigilância constante dos profissionais da saúde.

Além da vacina, outra medida importante de controle da pólio realizada pela Vigilância Epidemiológica é a notificação de casos de crianças que chegam aos serviços de saúde com sinais de paralisia. 

Os primeiros sinais podem ser febre, mal-estar, dor de cabeça, dor no corpo, vômitos, diarréia, rigidez na nuca e sinais de meningite. Sintomas mais agudos podem apresentar instalação súbita de deficiência motora, assimetria da musculatura de membros e flacidez muscular, entre outros.

* Com informações da SESA e da SMS

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