A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba reorganizou o atendimento na rede para focar esforços no combate ao novo coronavírus na capital paranaense e ao mesmo tempo continuar com os demais atendimentos essenciais à população. “Trata-se de um plano de contingência para ganharmos eficiência no enfrentamento à pandemia”, diz a secretária Márcia Huçulak.
As modificações contemplam, nesta fase, a abertura de 237 leitos de UTI na capital e mais 607 leitos de baixa complexidade em toda a rede do município (pública e particular), reorganização de unidades básicas de saúde, remanejamento de profissionais e alteração do fluxo das Unidades de Saúde.
Mais leitos
Os leitos que começam a ser abertos nesta semana são fruto da reorganização feita por conta da pandemia e contemplam hospitais públicos e privados. Os 237 novos leitos de UTI representam um crescimento de 31% nas vagas de tratamento intensivo de Curitiba (eram 761 até aqui). Considerando os novos leitos de UTI (237) e demais novos leitos (607), há uma acréscimo de 15% na rede toda (sobre a base 5.623.)
Separação
As unidades de saúde do município passam a atender de maneira reformulada a partir desta sexta-feira (27 de março). “Além de abrirmos vagas de atendimento, mudamos o fluxo de pacientes na rede, separando aqueles que podem estar com o novo coronavírus daqueles que procuram as unidades para outros casos, que não deixaram de existir por conta da pandemia”, explica Márcia.
A secretária destaca que um ponto fundamental dessa estratégia é reduzir ao máximo a transmissão. “Nós trabalhamos com o seguinte cenário: 80% de infectados pelo corona desenvolverão apenas casos leves e poderão se tratar apenas com isolamento domiciliar; o restante pode necessitar de internamento hospitalar”, explica Márcia. “Quanto mais efetivos formos na contenção da transmissão e no atendimento de quem precisa, melhor o resultado para a saúde pública de Curitiba”.
Como vai funcionar
Com a reorganização, 11 unidades de saúde funcionarão exclusivamente para vacinação do Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde. Farão a imunização de todas as doenças, exceto contra influenza (gripe).
Em 74 unidades de saúde, o fluxo passa a ser dividido logo na entrada, separando fisicamente as pessoas com sintomas suspeitos do novo coronavírus das que apresentam outras urgências (como pressão alta e atendimentos essenciais, como pré-natal, pacientes com condições crônicas descompensadas e outros casos).
Com a mudança, 26 unidades, bem como as 11 dedicadas à vacinação, irão transferir o atendimento para unidades próximas e todos os profissionais desses locais irão reforçar o atendimento no restante da rede. Com isso, cerca de 850 profissionais vão para linha de frente ao combate ao novo coronavírus. “É importante destacar que essa mudança não implica em nenhuma redução de serviços de saúde para os usuários dessas unidades, que continuarão a receber todos os medicamentos a que estavam acostumados e a serem atendidos nas unidades próximas”, afirma Márcia.
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Outras medidas
A secretária lembra que todos os atendimentos eletivos (aqueles que são agendados e que não têm urgência) estão suspensos momentaneamente. Além disso, as receitas de medicamentos de uso contínuo foram renovadas automaticamente por mais 90 dias.
Para usuários a partir de 70 anos ou com qualquer condição crônica (diabéticos, hipertensos e imunodeprimidos), a entrega dos medicamentos será domiciliar ou algum familiar pode fazer a retirada na unidade de saúde de referência. Materiais para curativo e bolsas de colostomia seguem a mesma lógica.
Novo atendimento
Quem tinha como unidade de referência alguma das unidades cujo serviço será remanejado neste período pode consultar a lista abaixo, para verificar qual passa a ser a sua nova unidade de referência neste momento (onde deverá buscar, por exemplo, medicamentos, materiais de curativo, bolsas de colostomia e todos os demais serviços prestados normalmente pela unidade).
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