Isolamento domiciliar: o que fazer se apresentar sintomas do novo coronavírus

São várias as recomendações para a prevenção do novo coronavírus, como a higienização das mãos e evitar aglomerações. As autoridades de saúde também comentam sobre o isolamento domiciliar e voluntário para todas as pessoas que viajaram ao exterior e que estão retornando ao Brasil, além daqueles que apresentaram sintomas da Covid-19, ou seja, da infecção causada pelo novo coronavírus. Para estes casos, o isolamento voluntário e domiciliar deve ser feito por sete dias, se não houver sintomas.

A mesma recomendação é feita para quem viajou para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, onde já existe a transmissão comunitária do novo coronavírus, de acordo com orientações repassadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (PR) na última quarta-feira (18).

As pessoas que retornaram de viagem destes locais e que apresentaram febre e sintomas respiratórios devem realizar o isolamento domiciliar por 14 dias e comunicar as autoridades de saúde. Se os sintomas forem leves, as pessoas não devem procurar unidades básicas ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), de acordo com a secretaria. O mesmo vale para os prontos socorros ou emergências de hospitais particulares.

A medida tem como objetivo evitar a proliferação de doenças respiratórias e preservar a rede de atendimento para casos graves. No caso de Curitiba, a recomendação é ligar para o telefone (41) 3350-9000 para receber as orientações ou ainda enviar para o Whatsapp (41) 9 9876-2903.

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Mas o que fazer se surgirem sintomas leves, ainda neste período no qual é recomendado ficar em casa? “Cerca de 80% dos casos serão leves ou até mesmo assintomáticos. O problema é a transmissão local”, salienta Marta Fragoso, médica infectologista do Hospital Vita, de Curitiba (PR), enfatizando a necessidade de recomendação para que as pessoas nestas condições fiquem em casa e não vão para os hospitais. “Aproximadamente 20% dos casos realmente vão precisar de atendimento hospitalar e 5% de internamento em UTI”, conta.

Permanecendo em casa, é possível evitar a transmissão do vírus para outras pessoas. É o chamado isolamento domiciliar. “Em cinco dias, normalmente, os sintomas se resolvem. As orientações para quem tem sintomas leves são muito repouso e ingestão de líquidos. O ideal é evitar a automedicação. Mas, em caso de febre, é possível resfriar o corpo com compressas frias. Ou ainda administrar dipirona como antitérmico e analségico”, afirma Marta.

A médica apenas desaconselha o uso de ibuprofeno em pessoas com sintomas do novo coronavírus. Alguns estudos questionam a eficácia deste medicamento nestes casos. Uma nota do Ministério da Saúde, divulgada nesta quarta-feira (18), também recomenda o não uso de ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroidal (AINE) nestes casos, seguindo uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que desde a última terça-feira (17) indica medicações analgésicas, tais como paracetamol e dipirona.

Mas e quando deve-se procurar um hospital? “Se em 72 horas houver a piora dos sintomas e se houver dificuldade para respirar”, enfatiza Marta Fragoso.

Orientações sobre como proceder em caso de isolamento domicilar podem ser conferidas aqui.

Isolamento x quarentena

Além do isolamento, outra palavra bastante propagada nos últimos dias é a quarentena. Mas existe diferenças entre isolamento domiciliar e quarentena.

Segundo o Ministério da Saúde, a quarentena tem como objetivo garantir a manutenção dos serviços de saúde em local certo ou determinado. A medida é um ato administrativo, estabelecido pelas secretarias de Saúde dos estados e municípios ou do ministro da Saúde e quem determina o tempo são essas autoridades. A medida é adotada pelo prazo de até 40 dias, podendo se estender pelo tempo necessário.

Já o isolamento é aplicado para separar pessoas sintomáticas ou assintomáticas, em investigação clínica e laboratorial, de maneira a evitar a propagação do vírus. Neste caso, é utilizado o isolamento em ambiente domiciliar, podendo ser feito em hospitais públicos ou privados também.

Ainda segundo a norma do Ministério da Saúde, o isolamento é feito por um prazo de 14 dias – tempo em que o vírus leva para se manifestar no corpo – podendo ser estendido, dependendo do resultado dos exames laboratoriais.

Casos suspeitos que estão sendo investigados também devem ficar em isolamento. Se o exame der negativo, a pessoa é liberada da precaução. “O isolamento não é obrigatório, não vai ter ninguém controlando as ações das pessoas. Ele é um ato de civilidade para a proteção das outras pessoas”, orientou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.

Já a quarentena, segundo o Ministério da Saúde, é uma medida obrigatória, restritiva para o trânsito de pessoas, que busca diminuir a velocidade de transmissão do novo coronavírus. Ambas são medidas de saúde pública consideradas fundamentais para o enfrentamento da pandemia e Covid-19.

* Com informações da Agência Brasil