Covid-19: vacina BCG será testada por mais um ano

    Os testes clínicos para verificar a eficácia da vacina BCG, usada contra a tuberculose, no combate ao coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, devem durar entre seis e 12 meses. A informação é da coordenadora da pesquisa, Fernanda Mello, professora de Tisiologia e Pneumologia do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A cientista detalhou, nesta segunda-feira (5 de outubro) que os 1 mil profissionais de saúde voluntários que participarão da pesquisa devem ser recrutados nos próximos dois meses. 

    Leia mais – Brasil: Fiocruz vai testar eficácia da vacina contra tuberculose para Covid-19

    A hipótese que a equipe de pesquisadores busca confirmar é a de que a BCG estimula o sistema imunológico a se defender contra Covid-19, evitando a infecção ou o desenvolvimento de quadros mais graves da doença. A suspeita surgiu quando foram comparados dados epidemiológicos de países que aplicam a BCG em seus calendários vacinais para prevenir a tuberculose, principalmente na América do Sul, África e Ásia, com os de países que suspenderam esse tipo de vacinação, como Estados Unidos, Espanha e Itália.

    Reforço

    A professora da UFRJ esclareceu que, apesar de a população brasileira já receber a BCG desde a década de 1970, a revacinação dos voluntários é necessária porque a hipótese estudada é de que o reforço do sistema imunológico ocorre nos anos seguintes à imunização. 

    “Por que revacinar nesse momento? Sabemos que essa vacina estimula a imunidade inata e pode ter uma ação mais efetiva nos anos subsequentes à aplicação. Temos evidências de que, nesse momento, a revacinação traria um novo estímulo, uma nova carga de estímulo ao sistema imune e para essa imunidade inata de forma que se tornasse mais eficiente para a resposta a outros desafios como o Sars-CoV-2”, explicou.

    Leia também – Vacina contra Covid-19: Anvisa analisa dados da CoronaVac

    Leia também – Por que é importante vacinar as crianças?