Como diagnosticar e tratar a epilepsia

Sete de fevereiro marca o Dia Internacional da Epilepsia

Eletroencéfalograma é um dos exames que ajuda no diagnóstico da epilepsia Créditos:(Foto: Hampf/Hospital Pequeno Príncipe)

A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta quase 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Neste dia 7 de fevereiro, data que marca o Dia Internacional da Epilepsia, o Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), reforça a importância do diagnóstico precoce e tratamento individualizado. Além disso, o maior hospital exclusivamente pediátrico do país também recomenda o acompanhamento médico, feito por um especialista: tudo isso pode garantir uma boa qualidade de vida aos pacientes.

A crise epiléptica é caracterizada por uma descarga elétrica anormal do cérebro, que causa convulsões. A epilepsia pode desencadear alterações do comportamento e do movimento do corpo e, em alguns casos, perda de consciência. Vale destacar que um único episódio de crise convulsiva não caracteriza a epilepsia. Para diagnosticar a doença, são necessárias pelo menos duas ou mais crises com intervalos variáveis.

“As causas podem ser genéticas ou então ser decorrentes de algum agravo de doença neurológica ou até mesmo de uma lesão que deixou alguma sequela e que, devido ao trauma, desencadeia crises convulsivas de repetição”, explica o neurologista pediátrico Alfredo Löhr Junior, que também é chefe do Serviço de Neurologia do Hospital Pequeno Príncipe.

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As crises podem afetar apenas uma parte do cérebro ou várias, em pessoas de todas as idades. Os picos, normalmente, ocorrem entre crianças e adultos com mais de 60 anos. Quando é identificada uma crise convulsiva, deve-se buscar orientação médica especializada para investigação. “Analisamos sempre a recorrência dos fenômenos – com as alterações motoras, salivação, perda da consciência – aliada ao eletroencefalograma, exames de imagem e de sangue”, pontua o especialista.

A importância do tratamento

A epilepsia pode ser controlada com medicações específicas, denominadas fármacos antiepilépticos. Quando o tratamento com as drogas anticonvulsivantes não é suficiente para o controle as crises, pode-se considerar uma epilepsia farmacorresistente, então outras formas de terapias devem ser consideradas, como: o uso da dieta cetogênica (que, entre outras ações, restringe o consumo de carboidratos), a intervenção cirúrgica ou a utilização do canabidiol. Nas epilepsias farmacorresistentes,pode-se lançar mão também do gerador de impulsos elétricos ao nervo vago (Estimulador do Nervo Vago), importante elo entre o corpo e o cérebro, podendo diminuir as crises. Outras opções são os neuromoduladores, responsáveis por enviar estímulos elétricos ao cérebro, que reduzem significativamente as crises epilépticas. Todos os tratamentos devem ser prescritos de acordo com diagnóstico e orientação médica.

Segundo o neurologista pediátrico, o tratamento é individualizado e de longo prazo, podendo durar de dois a quatro anos, ou até mesmo a vida inteira. “Caso o paciente não tenha uma epilepsia farmacorresistente, a chance de ter uma vida normal, com quase nenhuma limitação, é uma realidade. Nosso principal recado é: tomem a medicação, sigam a orientação do médico, especialmente na adolescência, que é uma fase que acaba deixando de lado esse cuidado. Só assim podemos saber se o tratamento está fazendo efeito ou se é necessário reajustar algo”, alerta.

Meu filho teve uma crise convulsiva, o que eu faço?

Confira algumas orientações de como agir em caso de crises convulsivas e o que não deve ser feito nesses casos, de acordo com o neurologista pediátrico Alfredo Löhr Junior, do Hospital Pequeno Príncipe.

– Mantenha a pessoa deitada, de preferência com a cabeça voltada para algum lado;

– Retire objetos próximos com os quais a pessoa possa machucar-se;

– Afrouxe as roupas, se necessário;

– Deixe as vias aéreas livres, para facilitar a passagem de ar;

– Não introduza o dedo ou qualquer outro objeto na boca durante a crise;

– Não jogue água sobre ela nem ofereça nada para ela beber ou comer;

– Permaneça ao lado da pessoa até que ela recupere a consciência;

– Aguarde até cinco minutos para que ocorra a interrupção da crise. Caso contrário, o paciente deve ser levado ao pronto-atendimento ou, então, chame o SAMU;

– Quando a crise passar, deixe a pessoa descansar.

* Com informações da assessoria de imprensa

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