Com o objetivo de traçar uma estratégica única para conter o avanço da Covid-19 em Curitiba e região, representantes dos hospitais, estabelecimentos de saúde, operadoras de planos de saúde e o comércio da capital realizaram uma reunião on-line com a secretária municipal de saúde de Curitiba, Márcia Huçulak. Todos os participantes reforçaram o apoio às determinações da prefeitura e do governo estadual de isolamento.
Participaram do encontro os presidentes do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná – Sindipar, Flaviano Ventorim, que conduziu a reunião e preside ainda a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná – Femipa; da Unimed Curitiba, Rached Traya; da Cassi, Eduardo Lourenço Barbos; da Fundação Copel e do Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski; da Bradesco Saúde, Maire Oliveira; diretores dos hospitais Marcelino Champagnat, Nossa Senhora das Graças, Vita, Nações, Erasto Gaertner, São Vicente, Maternidade Curitiba, Sugisawa, Heildelberg. A Associação dos Hospitais do Paraná – Ahopar, presidida por Márcia Rangel, também acompanhou a reunião, realizada na última sexta-feira, dia 19 de junho.
Além de apoiar as medidas de restrição das atividades e de conscientização da população para o momento crítico, os representantes da área da Saúde pediram apoio das entidades representantes da sociedade civil, especialmente no respeito e valorização dos profissionais de saúde, que vêm sofrendo preconceito e hostilidade por parte da população no transporte coletivo.
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Os hospitais concordam que há risco iminente de colapso na rede de saúde, caso não sejam respeitadas as medidas de restrição, principalmente o distanciamento social. “É uma situação muito difícil para nós. Temos que tomar decisões todos os dias para tentar proteger a sociedade, porque só a abertura de leitos não vai funcionar”, explicou a secretária. Ela se refere à possibilidade de a rede pública de Saúde ter que buscar mais leitos na rede privada para atender uma demanda que cresce exponencialmente.
Os representantes dos hospitais e as operadoras concordam que mesmo colocando mais leitos à disposição da rede pública, isso não será suficiente se a propagação do vírus não for contida. E essa contenção só vai acontecer com o reforço no isolamento social, além das medidas de segurança amplamente divulgadas, como o uso de máscara e a higienização correta das mãos, concordam os participantes.
“Estamos buscando alternativas para garantir mais estrutura para otimizar a utilização dos leitos disponíveis na rede pública e privada. Avaliamos a possibilidade de um hospital de campanha apenas para as vítimas da Covid-19”, adiantou Flaviano Feu Ventorim.
O presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina, que participou do encontro virtual, reforçou que a associação é sensível aos problemas econômicos do varejo, mas que o isolamento é necessário nesse momento.
O presidente da Unimed Curitiba, Rached Traya, pede um “salto de ousadia” das autoridades para que a rede de Saúde possa se preparar para o aumento da demanda que vai acontecer inevitavelmente, com a chegada de novos casos aos hospitais. Ele elogia as ações de contenção ao vírus desde que a pandemia começou, mas diz que é preciso reforçar essas medidas antes que o caos se instale.
Atualmente, Curitiba tem disponível 5.730 leitos gerais nos hospitais privados (sendo que 3.588 são associados do Sindipar, Femipa, Ahopar e Fehopar) e 927 UTIs (sendo que 618 são associados das entidades). Dos leitos associados, a ocupação média de UTIs já está entre 85% e 95%, com pacientes com outras doenças e pacientes com a Covid-19.
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