Telemedicina: Paraná oferta serviço de atendimento de saúde online sobre Covid-19

O projeto Telemedicina Paraná foi lançado pelo governo do estado para auxiliar nas medidas de enfrentamento à Covid-19. O serviço de atendimento online, divulgado no dia 13 de abril, pretende agilizar o atendimento à população e ajudar a desafogar as unidades de saúde, evitando aglomerações e deslocamentos e possibilitando que o cidadão possa ser consultado diretamente de sua casa.

O atendimento está voltado à identificação de possíveis casos de Covid-19, a infecção causada pelo novo coronavírus. Segundo informações do governo do Paraná, o serviço pode ser acessado de qualquer localidade paranaense, por meio do site www.coronavirus.pr.gov.br ou pelo aplicativo Telemedicina Paraná, disponível para os sistemas Android e IOS.

A solução tecnológica foi desenvolvida pela Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar), a partir de uma demanda da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A iniciativa conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde e dos conselhos regionais de Medicina (CRM-PR) e de Psicologia do Paraná (CRP-PR).

De acordo com João Guilherme Moraes, médico e conselheiro do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), 120 médicos já se cadastraram para atender voluntariamente pela plataforma. “Muitos médicos estão em casa, por não poderem trabalhar ou porque sua especialidade não exige emergência, e gostariam de contribuir de alguma forma com o enfrentamento à pandemia”, disse. “A telemedicina facilita muito para que o paciente não tenha que se locomover, diminuindo a procura direta nos serviços de saúde e desafogando o trabalho daqueles médicos que estão na linha de frente”.

A telemedicina foi autorizada pelo governo federal em meio à pandemia do novo coronavírus, como forma de facilitar o atendimento da população neste momento. A medida foi analisada pela Câmara Federal e pelo Senado, após o Conselho Federal de Medicina reconhecer a eticidade da telemedicina em situação de emergência. Antes do novo coronavírus, o conselho estava debatendo a regulamentação da prática, o que deveria acontecer ainda no primeiro semestre de 2020.

Como funciona

Após o cadastro no aplicativo ou no site, o paciente deve preencher um formulário sobre sua condição de saúde. O sistema fará uma triagem inicial por meio da Inteligência Artificial. Se o paciente não for identificado com possíveis sintomas de coronavírus, receberá orientações de como se prevenir.

Se for identificado com algum sintoma, será encaminhado para nova triagem com profissionais da saúde, com atendimento online via WhatsApp. Se os sintomas não forem de Covid-19, ele receberá novas orientações. Caso haja a possibilidade de ser a doença, ele será encaminhado ao atendimento com um médico por vídeo, chat ou áudio.

Na consulta online, o médico dará o diagnóstico, inclusive com possibilidade de encaminhamento para atendimento presencial na unidade de saúde mais próxima do paciente. O médico também pode prescrever medicamentos e emitir atestados.

O presidente da Celepar, Leandro Moura, explicou que toda a plataforma de telemedicina foi criada pela empresa, incluindo o site, aplicativo e os sistemas para os bolsistas fazerem a triagem e os médicos o atendimento remoto, permitindo inclusive a emissão de receita ou atestado. “A plataforma protege o médico e evita as filas nas unidades de saúde, agilizando o atendimento e preservando a população de uma possível exposição ao coronavírus”, ressaltou.

Extensão

O novo serviço foi idealizado como parte integrante da Ação de Extensão Contra o Novo Coronavírus (Chamada Pública 09/20). A iniciativa conta com bolsistas das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do Paraná, que desenvolvem projetos voltados a ações de prevenção, cuidados e combate à pandemia.

Além dos estudantes bolsistas, que atuam no atendimento intermediário dos cidadãos, médicos e psicólogos trabalharão voluntariamente no atendimento final dos pacientes.

“Alunos dos últimos anos dos cursos de enfermagem e medicina das universidades estaduais e da UFPR farão a triagem na plataforma, que conecta o estado todo, com a supervisão dos professores. É uma força-tarefa porque o desafio é imenso”, destaca Paulo Renato Parreira, coordenador da superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná.

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