500 mil mortos – é só mais um número?

Em junho havia programado uma viagem de poucos dias para a arquipélago de Fernando de Noronha, uma beleza natural estonteante. Com a pandemia fui obrigado a alterar esses planos, tentando, então, adiar a viagem para o mês de outubro, achando que até lá já estaríamos mais confortáveis quanto a Covid-19.

Parece que estou sendo bem otimista, mas … neste final de semana (domingo, 28 de junho) fui acompanhar as notícias pelo UOL (na televisão aberta ou a cabo desisti de assistir noticiosos já faz muito tempo) e percebi que posso ainda não viajar em outubro.

No site UOL, coluna de Jamil Chade (*), havia um parágrafo assim: “Com 200 milhões de habitantes e sem controle, o país (Brasil) é avaliado por parte dos especialistas como uma ‘ameaça’ na luta contra a pandemia, ao lado dos EUA”.

Não era para ficar espantado, porque bem sei a falta de organização e comando nacional centralizado no enfrentamento da pandemia, mas fiquei assustado quando continuei lendo a notícia do UOL: nos últimos 30 dias, o Brasil teve 875 mil casos, quase 100 mil acima dos EUA, o segundo colocado no macabro ranking, além de 30,6 mil mortes no último mês.

Era uma situação previsível? Como leigo, acredito que sim, porque muitas pessoas já cansaram do isolamento social, que pode durar sabe-se Deus quantas semanas mais. Por causa disso, em Curitiba era possível notar bares e restaurantes abertos, parques com muita gente praticando exercícios, e movimento de carros nas ruas um pouco maior do que algumas semanas atrás.

Essa falta de consciência da população só poderia agravar os números de infectados e óbitos, o que de fato aconteceu em toda a região sul.

E pior! Ouve-se falar da segunda onda de contaminação na Europa, alguns estados americanos com recrudescimento das transmissões, a China confinando quase 500 mil pessoas perto de Pequim por um novo surto iniciado em meados de junho, São Paulo considerado como o segundo estado com mais casos, atrás apenas de Nova York e nem sabemos se chegamos ao pico da doença aqui!

Sem contar que a Europa deverá abrir suas fronteiras para a entrada de voos internacionais a partir de 1º de julho e, claro, obviamente, brasileiros não poderão para lá viajar enquanto alguns critérios não forem obedecidos pelo Brasil (há outros países na lista, inclusive os EUA).

Neste domingo, 28 de junho, o número de contaminados pelo coronavírus no mundo chegava à casa dos 10 milhões e mais de 500 mil vítimas … até onde esses números irão, ninguém faz a mínima ideia! Até quando ficaremos isolados em casa? Ninguém é capaz de dizer! Quantos mais morrerão? Tudo o que Deus permitir! Junte-se a isso, a falta de emprego, a pobreza, a desigualdade social, a falta de oportunidades, o fechamento de pequenos negócios, a demissão de milhares de empregados.

É, realmente pode ser o fim do mundo!

(*) Acesso em 28/06/2020 e disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2020/06/28/brasil-lidera-e-covid-19-registra-novo-recorde-no-mundo-em-24-horas.htm

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