Cem dias de Covid-19: Curitiba registra agravamento da epidemia

Curitiba completou nesta sexta-feira (19 de junho) cem dias desde que registrou os cincos primeiros casos confirmados do novo coronavírus em moradores da capital, anunciados no dia 11 de março pela Secretaria Municipal da Saúde. A curva de crescimento do número de infectados, óbitos e internamentos em UTIs se manteve sob controle a maior parte do período, mas avançou rapidamente em junho.

Segundo dados da secretaria, o número de óbitos por Covid-19 em moradores de Curitiba dobrou em 19 dias: de 50 casos em 1º de junho para 99 nesta sexta-feira (19).

Já a média de pacientes internados em Curitiba por causas respiratórias passou de 40 casos por dia no fim de maio para 50 casos diários em junho. A confirmação da Covid-19 nesses internamentos aumentou de uma média de 8 casos por dia em maio para 17 em junho.

A taxa de ocupação dos internamentos nas UTIs do SUS para covid-19 passou de 60% no início de junho para 77% nesta sexta-feira.

O número de casos confirmados de Covid-19 na capital cresceu cinco vezes, quando comparado ao registrado até o final de maio. Entre 11 de março (primeiros casos confirmados na capital) e 28 de maio, foram 14 confirmações diárias, em média. Com as confirmações desta sexta-feira, a média passou para 67 casos por dia, contando o período a partir de 29 de maio. Ou seja, quase cinco vezes mais.

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Medidas de controle

O avanço exponencial dos indicadores da doença na cidade, com muitas pessoas adoecendo ao mesmo tempo, pode comprometer seriamente os serviços públicos e também privados de saúde. A Prefeitura de Curitiba tomou medidas no último sábado (14 de junho), após a elevação do risco da pandemia.

“Como resultado do isolamento social no início, a doença vinha subindo numa curva controlada. Com as pessoas relaxando e até abusando das regras de segurança, houve uma piora rápida e medidas mais duras precisaram ser tomadas, como alertado”, disse Márcia Huçulak, secretária municipal da Saúde.

Curitiba encontra-se na bandeira laranja (nível de alerta médio), numa escala de três níveis que inclui também o amarelo (alerta) e o vermelho (alerta máximo).

O decreto municipal nº 774 proibiu temporariamente atividades de risco por aglomeração como bares, academias, templos e igrejas. Regras de horários para comércio de rua e shoppings centers também foram estipuladas. 

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