Mulheres e infarto têm uma relação de risco. Limpar, lavar e arrumar casas até transformá-las em lares acolhedores era a rotina da diarista Andreia Maria Rodrigues, de 45 anos. No entanto, essa vida ativa foi interrompida mais de uma vez por infartos agudos do miocárdio, desencadeados por uma hipertensão que a acompanha há 16 anos. A última delas, em março de 2023, fez Andreia travar uma batalha incansável enquanto passava por um procedimento cirúrgico e recebia cuidados especiais no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR).
“O zelo dos profissionais com a minha saúde foi decisivo para a minha recuperação. Fiz uma cirurgia no coração de peito aberto e estou bem, graças a Deus e à equipe que comandou o procedimento”, conta a paciente, emocionada. “Depois de começar a sentir fortes dores no peito, cansaço e falta de ar, fui até uma farmácia e descobri que minha pressão estava acima de 18 por 12. Em seguida, fui diretamente a um hospital, onde recebi o diagnóstico de infarto”, lembra Andreia.
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A pressão alta é um dos fatores de risco para condições graves como o infarto, que é a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. O problema, que ocorre principalmente devido ao acúmulo de placas de gordura nas artérias responsáveis por irrigar o órgão, pode provocar danos ao músculo cardíaco ou levar à morte. No Brasil, o número de internações por infarto aumentou mais de 155% ao comparar os anos de 2008 e 2022. Segundo um levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), a média mensal passou de 5,2 mil para 13,6 mil para os homens e de 1,9 mil para 4,9 mil para as mulheres.
Mulheres e infarto: aumento de 62% em jovens
Andreia está entre milhares de mulheres que sofrem infarto a cada ano no Brasil. As doenças cardiovasculares figuram como a principal causa de morte entre as brasileiras e já matam sete vezes mais que o câncer de mama. A pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo traz números preocupantes, com uma em cada cinco mulheres sujeita a sofrer um infarto. Segundo outro estudo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o aumento de infartos nas mulheres de 15 a 49 anos foi de 62%, no comparativo entre 1990 e 2019. “Hipertensão é um fator de risco para a doença arterial coronariana, que causa o fornecimento inadequado de sangue ao músculo cardíaco e, quando está em estágio avançado, faz com que o paciente precise ser submetido a uma cirurgia”, explica a cirurgiã cardiovascular Daniele Colatusso. “No caso da Andreia, realizamos uma cirurgia de revascularização do miocárdio, a famosa ponte de safena, que consiste em pegar um pedaço da veia safena da perna para fazer uma ponte entre a artéria aorta e o local após a obstrução da artéria coronária”, complementa a cirurgiã responsável pelo procedimento da paciente.
Agora, Andreia retorna ao convívio de sua família, carregada de gratidão pela vida e esperança pela oportunidade de recomeçar. “Sinto que estou com um coração novo e pronta para dar um passo de cada vez, com a paciência que esse momento merece”, revela a paciente. Para Daniele Colatusso, que acompanha todos os dias casos semelhantes como o de Andreia, o sentimento de salvar vidas a impulsiona na missão de ser uma profissional melhor. “Como médicos, estudamos e nos dedicamos ao máximo para cuidar e prolongar a expectativa de vida dos pacientes. Então, é um sentimento de missão cumprida e uma enorme satisfação quando o paciente retorna ao consultório bem, sem sequelas e com a vida de volta ao normal”, afirma a médica que atua nos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat.
Cada minuto importa para minimizar os riscos de mulheres e infarto
As doenças cardiovasculares figuram como a principal causa de morte nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No caso de um ataque cardíaco, cada minuto importa: quanto menor o tempo para receber atendimento médico, menores os danos ao coração. Apesar da metade das vítimas morrerem antes de chegar ao hospital, estudos da Universidade de Harvard apontam que 90% dos pacientes hospitalizados sobrevivem. Para a cirurgiã cardiovascular Daniele Colatusso, o alto índice de sobrevida é resultado do trabalho de equipes multidisciplinares, com o apoio do avanço de conhecimento, tecnologia e ciência. “Uma vez diagnosticado algum problema, o acompanhamento e mudanças de hábitos, seguindo corretamente as orientações do cardiologista, já vai trazer ótimos resultados no tratamento e qualidade de vida”, completa.
A combinação dos recursos humanos, tecnológicos, infraestrutura e políticas de controle de risco hospitalar torna-se essencial para o sucesso de procedimentos complexos. No Hospital Universitário Cajuru, com atendimento 100% via SUS, várias equipes se unem para recuperar a saúde e a esperança dos pacientes. “Em momentos como esse, faltam palavras para expressar minha profunda gratidão pela vida e pelas pessoas que me cuidaram. Estou certa de que foram muitos os envolvidos para permitir que meu coração continue a bater”, encerra a paciente Andreia.
* Com informações da assessoria de imprensa