Os efeitos da vacinação contra Covid-19 foram revelados em um levantamento divulgado nesta sexta-feira (6 de agosto) pela Secretaria de Saúde de Curitiba (PR). Nesta data, a cidade atingiu 1,5 milhão de doses aplicadas, entre primeira, segunda e dose única de imunizantes contra a doença. O estudo sobre os efeitos da vacinação contra Covid-19 na capital paranaense mostrou uma redução de 74% mortes de pessoas acima de 60 anos entre março e julho destr ano. Foram 704 mortes em março e 186 no mês passado. A secretaria informou que os internamentos também acompanharam esse movimento, com uma queda de 77% no mesmo período e para a mesma faixa etária: passaram de 1.594 para 365.
Em março, apenas 52% das pessoas acima de 60 anos tinham a primeira dose. Em julho, já eram 98% com a primeira dose realizada. Em relação à segunda dose, em março, apenas 8% tinham a segunda dose. Em junho, 51%. Em julho, esse percentual subiu para 92%. Para a secretaria, isso mostra a positividade dos efeitos da vacinação contra Covid-19.
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Segundo a médica infectologista Marion Burger, da Secretaria Municipal da Saúde, a análise mostra que as vacinas estão cumprindo seu papel coletivo em diminuir hospitalizações e óbitos entre as populações imunizadas, mas pondera que não existe vacina, independentemente da marca, que seja 100% eficaz. “Entre pessoas completamente imunizadas também há riscos, mesmo que menores, de hospitalizações e óbitos”, explica.
Menor agravamento dos casos
O levantamento ainda apontou que um dos efeitos da vacinação contra Covid-19 foi a redução de agravamento dos casos de Covid-19 nas faixas etárias imunizadas contra a doença. Em 2020, os idosos com 80 anos ou mais tinham 25 vezes mais chance de hospitalização e 230 vezes mais riscos de ir a óbito por Covid-19 do que pessoas de 20 a 29 anos, população usada como referência para a pesquisa. Já em 2021, com a vacinação, o risco de hospitalização dos maiores de 80 anos caiu pela metade e o de óbitos caiu 66%.
Entre as pessoas de 70 a 79 anos, o risco de hospitalização foi 16 vezes maior e o risco de morrer foi 106 vezes maior do que o comparado com a faixa de referência (20 a 29 anos) em 2020. Já em 2021, com a vacinação, o risco de hospitalização entre as pessoas de 70 a 79 anos caiu para 10 vezes (uma diminuição de 34%) e de óbitos para 52 vezes (uma diminuição de mais da metade). Entre aqueles de 60 a 69 anos, última faixa etária de idosos a ser vacinada e cuja segunda dose foi aplicada recentemente em parte do grupo, a redução também já é percebida, ainda que de maneira mais leve – o risco de óbitos já é 37% menor e de hospitalização caiu 22% em relação a 2020.
Marion Burger ressalta que é visível ver os efeitos da vacinação contra Covid-19 nos mais idosos em evitar os desfechos mais graves. De acordo com a médica, a análise mostra que as vacinas estão cumprindo seu papel coletivo em diminuir hospitalizações e óbitos entre as populações imunizadas. Para Marion, esses dados reforçam a necessidade de manter as medidas de prevenção até que a incidência da doença esteja mais controlada. “Isto porque a vacinação tem papel coletivo no controle da pandemia e até que boa parte da população esteja completamente imunizada, o vírus continuará com circulação alta”, afirma.
* Com informações da SMS