A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam a amamentação exclusiva dos bebês até os seis meses, seguindo com alimentação complementar até pelo menos dois anos ou mais. A prática traz diversos benefícios à saúde da mulher e, principalmente, da criança.
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“O leite humano é o alimento mais completo para o bebê. Além da nutrição, ele proporciona diversos benefícios como a diminuição da mortalidade infantil e prevenção de infecções, como por exemplo, pelo coronavírus, por meio de anticorpos passados pela mãe”, destaca Yara Leite, enfermeira obstétrica do Hospital Bom Pastor, localizado em Guajará-Mirim (RO).
Unidade própria da entidade filantrópica Pró-Saúde, o Bom Pastor é a única maternidade do município de Guajará-Mirim, atuando como referência regional para gestantes e atendimento da população indígena de 54 aldeias na região Norte do país.
Apesar das taxas de amamentação avançarem nos últimos anos, a porcentagem permanece abaixo da meta estipulada pela OMS de, até 2030, atingir 70% de aleitamento exclusivo nos seis primeiros meses. Segundo levantamento feito em 2019 pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), o aleitamento materno exclusivo no Brasil abrange apenas 45,8% das crianças.
Um dos obstáculos para que o país possa alcançar a meta estipulada é a desinformação. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), há uma grande influência de questões culturais, passadas de geração em geração, e sem embasamento científico para comprovação, que desestimulam e interferem no processo de amamentação.
Entre os exemplos citados pelo órgão estão falas equivocadas como: “leite empedrado faz mal para criança”, “após seis meses leite vira água”, “leite provoca cólica na criança”, entre outras. “A melhor estratégia neste caso é disseminar informações corretas e esclarecer as principais dúvidas que podem surgir durante esse processo”, destaca Yara.
Confira a seguir cinco mitos e verdades sobre a amamentação.
Leite fraco
MITO! O leite materno tem todas as substâncias necessárias para que o bebê cresça e se desenvolva de forma sadia. Segundo o Ministério da Saúde, o leite no início da mamada é “ralo” por conter menos gordura, mais água, vitaminas e sais minerais. Já, o leite no fim da mamada é mais grosso, por ter mais gordura para a criança.
“A percepção sobre o leite fraco, muitas vezes, é consequência da pega incorreta, ou do uso de chupetas e mamadeiras. Se a criança não mama com a técnica correta, ela pode ingerir menos leite e não esvaziar a mama adequadamente. Dessa forma, a produção de leite cai e, consequentemente, a criança fará intervalos menores entre as mamadas, gerando insegurança na mãe, que acaba associando a frequência da amamentação com a qualidade do leite”, explica a enfermeira.
Horários fixos de amamentação
MITO! A SBP afirma: não é preciso estabelecer horário fixo para as mamadas. Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e duração do aleitamento, ou seja, a amamentação deve ser em livre demanda.
O bebê deve mamar sempre que desejar, pois é ele quem determina a frequência e o tempo de duração da mamada. Essa prática possibilita que ele aprenda a reconhecer os sinais de fome e saciedade, o que pode estar relacionado com menores taxas de obesidade na vida adulta, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria.
O leite materno pode variar de cor
VERDADE! Muitas vezes isso pode ser motivo de preocupação, mas não é necessário. Segundo a SBP, a cor do leite pode variar entre os períodos da mesma mamada devido à quantidade de anticorpos, proteínas e gordura que são ofertadas para o bebê ao longo do aleitamento. Cores amareladas, azulada, esverdeada e rosada também são normais: elas podem mudar de acordo com a alimentação da mãe, como o consumo de vegetais da cor laranja, folhas ou alimentos com corante verde, e bebidas ou alimentos que tenham a cor próxima ao rosa.
Para saber se a coloração é justificada pela dieta ou não, é possível diminuir o consumo dos alimentos suspeitos e observar a cor do leite. Caso o leite permaneça esverdeado, vermelho tijolo ou marrom, é importante procurar um profissional de saúde ou um Banco de Leite Humano.
Leite ordenhando e congelado perde os nutrientes
MITO! Quando guardado na geladeira, o prazo de validade do leite materno ordenhado é de até 12 horas. Se armazenado no freezer ou congelador, a validade se estende para 15 dias, mas é importante que, nesse caso, o leite seja congelado logo após sua retirada.
“Para descongelar o leite, preservando seus nutrientes para o bebê, coloque o recipiente em banho-maria, com água potável, aquecendo um pouco sem deixar ferver. Em seguida, o frasco deve ser mantido na água até descongelar por completo”, orienta a profissional.
O aleitamento contribui para o retorno ao peso normal da mãe
VERDADE! De acordo com a SBP, a mãe que amamenta volta ao seu peso normal com mais facilidade. Além disso, o aleitamento gera outros benefícios à saúde da mulher, como a prevenção contra o câncer de mama e ovário, redução do risco de desenvolvimento de diabetes, infarto e hemorragia após o parto. “Outro fato importante a ser destacado, é a melhora da autoestima da mãe ao saber que o bebê está saudável porque recebe o alimento ideal para seu desenvolvimento: o seu leite”, ressalta Yara.
*Informações Assessoria de Imprensa
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