Sabe aquela sensação de cansaço na face, ou a dificuldade para mastigar, abrir e fechar a boca? Às vezes com dor próxima à região do ouvido, causando até cefaleia ou zumbido? Esses sintomas indicam a DTM, disfunção temporomandibular, problemas que acometem a articulação temporomandibular, que é a articulação da boca. E você sabia que o quadro pode se agravar com a chegada dos dias mais frios? Por isso, saiba mais sobre essa relação entre frio e DTM.

Segundo Alice Vanzela Miotto, cirurgiã-dentista da Clínica Conceito Ki by Hirata e Higashi e Especialista em DTM e Dor Orofacial pela UFPR, no frio há uma tendência à diminuição da atividade física, que causa uma menor lubrificação das articulações e enfraquece o músculo, aumentando as dores articulares e dores musculares, que são os dois principais tipos de DTM.

Além disso, quando se fala de frio e DTM, com as baixas temperaturas, os vasos sanguíneos das extremidades do nosso corpo, como cabeça, mãos e pés, se estreitam para evitar a perda de calor. “Quando a quantidade de sangue é reduzida, menos nutrientes chegam aos músculos e às articulações. Essa vasoconstrição no frio é involuntária, mas acaba ocorrendo também a contração musculatura mastigatória (quando aperta muito os dentes e a boca) ao ser exposto ao frio. Normalmente, ela não é consciente e é feita a fim de manter nosso corpo aquecido. Quando a contração é mais intensa, o estresse sobre a ATM e músculos da face aumenta, o que pode gerar ou aumentar uma dor pré-existente”, complementa a cirurgiã-dentista.

Lembrando que os sintomas podem ser sentidos bilateralmente, ou em apenas um dos lados da face. A causa para o desenvolvimento da DTM é multifatorial: “Envolve fatores predisponentes, que são da própria anatomia da articulação temporomandibular, ou fatores genéticos para maior predisposição para desenvolvimento de dor, ou fatores que desencadeiam a dor como o bruxismo do sono e bruxismo na vigília, quando ocorre o apertamento acordado”.

Ao longo do dia, muitos hábitos podem desencadear a DTM, como mascar chicletes, roer unha, morder o lábio e a bochecha e manter muita contração, com os dentes apertados. “E é aí que entra a piora no inverno, porque no frio nós temos a tendência de ter maior vasoconstrição e, tanto pelo frio quanto pelo apertamento, os músculos ficam mais tensionados”, explica.

“Algumas dicas para evitar que o quadro piore são: fazer exercícios, mesmo no frio, manter os dentes desencostados ao longo do dia, massagear a face durante o banho e fazer compressa morna, o que auxilia na vasodilatação muscular. Claro que na presença de sintomas persistentes, um especialista deve ser consultado, pois para o bruxismo do sono, por exemplo, podemos indicar um dispositivo interoclusal, conhecido como placa de bruxismo, que ajuda a proteger os dentes, evitando desgastes e a dor”, finaliza Dra. Alice.

* Com informações da assessoria de imprensa

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