Radioterapia radical para neoplasia de bexiga N positivo: Uma alternativa eficaz à cirurgia para preservação vesical


Neoplasia vesical é uma patologia de prevalência significativa e grande morbimortalidade. Os maiores estudos, entretanto, não incluem pacientes com linfonodo positivo, grupo que, sabidamente, cursa com piores desfechos oncológicos. Nesta análise retrospectiva multicêntrica, compara-se a sobrevida global (SG) em pacientes com neoplasia de bexiga cN1 M0 tratados em diferentes centros do Reino Unido.

287 pacientes foram vistos e distribuídos em grupos que receberiam tratamento radical (n:163) ou paliativo (n:124).

No grupo radical, as opções seriam cistectomia radical (CR) – 76 pacientes – ou radioterapia (RT) – 87 pacientes. Os dois grupos poderiam ser associados ou não a QT

Em 2 e 5 anos de seguimento, a SG foi de 39 e 19% respectivamente (incluindo todos os pacientes avaliados).

O grupo radical teve ganho de SG e sobrevida livre de progressão (SLP) comparado ao tratamento paliativo – SG média de 2,4 anos e SG 2a de 56%, versus 0,89 anos de SG média e SG 2a de 18%. A SLP média foi de 1.5 ano no tratamento radical e 0,63 ano no paliativo.

A inclusão da QT foi benéfica aos pacientes, com ganhos de sobrevida e sobrevida livre de progressão independente dos grupos de QT + RC ou QT + RT.

A SG média foi de 2,53 anos para RT e 2,09 anos para CR. As taxas de SG em 2 anos foram de 60% para RT e 51% para RC. A SLP média foi de 1,93 anos para RT e 1,22 anos para CR.

Os pacientes com neoplasia de bexiga cN1M0 tiveram resultados de sobrevida equivalentes quando tratados com CR ou RT radical. Dadas as morbidades conhecidas da cirurgia, este estudo confirma que tratamento trimodal da bexiga pode ser uma opção disponível para todos os pacientes com cN1M0.

DOI https://doi.org/10.1200/JCO.23.00725

Flávio Israel Filho
Médico Radioterapeuta
CRIO – Centro Regional Integrado de Oncologia , Fortaleza, CE
Oncoclinic, Fortaleza, CE



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