Radioterapia de emergência na prática contemporânea: Agora ou nunca, ou nunca mais?


A síndrome da veia cava superior (SVCS) e a compressão medular epidural metastática (CMEM) requerem intervenção urgente e multidisciplinar. O objetivo deste artigo é revisar o uso da radioterapia (RT) nessas condições.

Embora a RT para SVCS proporcione alívio sintomático em cerca de 80% dos casos, o esquema de dose ideal permanece incerto. A literatura é predominantemente antiga e conflitante. Estudos retrospectivos do final da década de 80 não evidenciam superioridade entre hipofracionamento e fracionamento convencional. Alguns indicam alívio sintomático mais rápido com 30-40Gy (3 a 4 Gy/fração) em comparação com 20Gy/10F.

Na CMEM, a cirurgia deve ser considerada (principalmente se houver instabilidade ou sintomas motores), e a combinação com RT pode conservar a capacidade de locomoção e melhorar os desfechos em tumores desfavoráveis. Estudos comparando dose única versus multifrações não encontraram diferenças significativas na recuperação neurológica, analgesia ou sobrevida global (SG). No entanto, recorrências em 2 anos foram maiores após RT de curto prazo. O estudo SCORAD III, prospectivo e randomizado, comparando 8Gy/1F versus 20Gy/5F, mostrou SG mediana semelhante (p=0,81) e toxicidade G1-2 menor para fração única.

O uso de radioterapia estereotáxica corpórea (SBRT) para emergência é controverso devido ao tempo prolongado de planejamento e à viabilidade em tumores volumosos. Menciona-se o uso alternativo de 50Gy/10F para SVCS e a possibilidade de utilização pós-operatória para CMEM.

É evidente a escassez de estudos prospectivos para SVCS, bem como a falta de consenso sobre fracionamento e doses. Para CMEM, embora existam evidências que a dose única minimiza efeitos colaterais, ainda é necessário avaliar melhor a sobrevida. Soma-se ainda a influência que o prognóstico grave desses pacientes traz para análise de desfechos.

Apesar do título provocativo do artigo, a RT para SVCS e CMEM…



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