A atualização do já conhecido estudo britânico STAMPEDE para homens com câncer de próstata metastático foi recentemente publicada. O follow-up de mais de 5 anos em pacientes com primário tratado com radioterapia mantiveram benefícios significativos de sobrevida global sem detrimento da qualidade de vida.
Randomizados em um estudo 1:1 para tratamento padrão (SOC, n=1.019) e adição de RT (SOC+RT, n=1.032), os quase 2 mil pacientes foram estratificados em baixa e alta carga metastática de doença (42 e 58%, respectivamente). Além disso, o uso de aspirina, docetaxel, AINEs, KPS, comprometimento nodal e idade foram também avaliados como variáveis. A qualidade de vida foi avaliada para os primeiros 2 anos pós-tratamento através de um questionário validado internacionalmente (QLQ-30).
O seguimento de 61.3 meses mostra que pacientes com baixa carga metastática tem melhora significativa em SG quando tratados com adição de RT ao seu tratamento padrão (HR=0.64, IC 95% 0.52-0.79, p<0.001). Já no grupo de alta carga metastática, esse benefício não se mostra estatisticamente significativo (HR=1.1, 95% IC 0.96- 1.28, p=0.164).
O tempo para eventos sintomáticos não difere entre grupos, bem como qualidade de vida global. Já esperado, a toxicidade urinaria e intestinal a longo prazo foi mais alta no grupo com adição de RT.
Dessa forma, a publicação da atualização dos dados do STAMPEDE trial concretizam o tratamento de próstata (tumor primário) para esses pacientes, principalmente no subgrupo de baixa taxa de doença metastática. O aumento de toxicidades locais não ressoa em piora de qualidade de vida – mas sim em um importante aumento (de quase 40%) em sobrevida global.
A relevância desse estudo fica ainda mais clara quando analisamos que o estudo foi conduzido em países com sistema de saúde públicos, semelhantes ao Brasil.
Não obstante, é importante salientar que a…