Os sarcomas de partes moles e ósseos (STS) tem alta taxa de metástase a distância, atingindo 40% especialmente em histologias de grau intermediário/alto e >5cm sendo o pulmão o local mais comum para doença secundária. O manejo da doença metastática é desafiador uma vez que a taxa de resposta a quimioterapia é estimada entre 10 e 20% e a falta de alterações moleculares para possíveis tratamentos “alvo” tornam esse tratamento mais restrito. Diante disso, a terapia local desempenha um papel importante na doença metastática. Estudos recentes, no cenário oligometastático, evidenciaram que terapia local e sistêmica combinadas melhoram a sobrevida.
Este estudo retrospectivo incluiu 70 pacientes com STS metastáticos para pulmão tratados com radioterapia esterotáxica corporal (SABR) de 2006 a 2021; as recidivas locais, regionais e à distância, assim como a sobrevida livre de progressão (SLP) e global (SG) tambem foram analisadas. As histologias mais comuns foram leiomiossarcoma, osteossarcoma, sarcoma de células fusiformes e sarcoma pleomórfico indiferenciado. A indicação para SABR ao invés de metastasectomia foi baseada em vários fatores como: idade, número de metástases, ressecabilidade, reserva pulmonar e preferência do paciente. As doses usadas foram 50 Gy em 4 frações com boost até 60 Gy e 70 Gy em 10 frações, com boost até 80 Gy, a depender da localização do tumor.
O tempo médio de acompanhamento, após o tratamento com SABR, foi de 33 meses, com 83% dos pacientes sem recorrência local em 2 anos. Na análise multivariada, o controle da doença sistêmica no momento do SABR foi relacionado a melhor SG 51 x 14 meses; HR 0.17 [0.08-0.35]; P<.0001;). O estudo também indicou que a abordagem de todas as lesões está associada a melhor controle da doença e sobrevida, especialmente em pacientes com doença sistêmica controlada.
O SABR foi bem tolerado, sem toxicidade grau 3, se mostrando eficaz para STS com…
