Recentemente publicado no Red Journal (ASTRO), este estudo avaliou retrospectivamente o papel da radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) no manejo da resistência oligoprogressiva (OAR) em pacientes incluídos em ensaios clínicos de fase I, investigando se essa abordagem poderia prolongar o tempo até a progressão (PFS2), postergar a necessidade de novos tratamentos sistêmicos (TTNT) e melhorar a sobrevida global (OS).
O uso da SABR permitiu aumentar significativamente a PFS2 (7,1 meses) e o TTNT (12,8 meses), oferecendo maior controle da doença sem necessidade imediata de troca do tratamento experimental. Nenhuma toxicidade grave foi observada, reforçando o potencial da SABR como uma opção segura e minimamente invasiva. A análise molecular revelou fatores preditivos relacionados à agressividade tumoral e heterogeneidade clonal, que podem ser utilizados para selecionar pacientes com maior probabilidade de benefício (tayloring treatment).
Embora os resultados sejam promissores, o estudo foi limitado por sua natureza retrospectiva, heterogeneidade da população e pequeno número de pacientes. Ensaios prospectivos em andamento, como SUPPRESS e HALT, serão fundamentais para validar essas evidências e definir melhor os critérios de seleção.
Destaca-se aqui o potencial da SABR como ferramenta para prolongar o benefício de terapias sistêmicas em pacientes oncológicos avançados, especialmente na presença de OAR. Trata-se de uma estratégia que não apenas melhora o controle local da doença, mas também pode impactar positivamente a sobrevida, com baixo risco de toxicidades. Além, claro, dos potenciais benefícios futuros em relação à sinergia com terapias alvo e/ou imunoterapias.
Para a prática, o manejo multidisciplinar desses casos é essencial. Identificar precocemente fatores preditivos, como padrões moleculares e imunológicos, torna-se mais e mais crucial a fim de maximizar os resultados e incorporar a SABR de forma…
