Na era da terapia anti-HER2, o desescalonamento da radioterapia (RT) pós-operatória nas pacientes com tumores de mama HER2 positivo, 1-3 linfonodos axilares positivos, classificadas como baixo risco, continua sendo assunto de debate.Essa análise retrospectiva teve como objetivo avaliar a segurança da omissão da RT linfonodal (RNI) nas pacientes com as características acima que foram submetidas à cirurgia conservadora – realizando nestes casos apenas a RT de toda a mama (WBRT) – ou à mastectomia – neste caso, não realizando RT. Foram avaliadas 429 pacientes HER2 positivo, com estágio T1-2 N1 M0, 180 submetidas à cirurgia conservadora e 249 à mastectomia, entre 2004 e 2018. Para avaliar o papel da radioterapia nodal, as pacientes que receberam terapia anti-HER2 (n=323) foram divididas em grupo RNI (n = 261 pacientes) versus grupo sem RNI (n=62). Os critérios de inclusão foram: idade >18 anos; superexpressão de HER2 patologicamente confirmada; presença de 1-3 linfonodos positivos com pelo menos um confirmado patologicamente, e N1mic; tumor T1-2 e margens cirúrgicas negativas. O tempo médio de acompanhamento foi de 46,8 meses. O endpoint primário foi sobrevida livre de doença invasiva (IDFS). Os endpoints secundários foram sobrevida livre de recorrência loco-regional (LRFS), sobrevida livre de metástases a distância (DMFS) e sobrevida global (OS). No grupo terapia anti-HER2, RNI não produziu resultados significativos na IDFS (p=0,940), LRFS (p=0,380), DMFS (p=0,698) ou OS (p=0,403). Status do receptor de estrogênio (ER) (p=0,004) e status de invasão vascular (LVI) (p=0,008) foram identificados como fatores prognósticos independentes para IDFS. Pacientes ER-positivos e LVI negativos exibiram melhores prognósticos.Como conclusão, os autores consideram que omitir a radioterapia nodal pode ser uma opção segura em pacientes HER2 positivas com tumores T1-2 N1, quando associada a terapia anti-HER2, particularmente nos…
