Neste estudo foram avaliados os resultados de diferentes esquemas de radioterapia (RT) paliativa em tumores de cabeça e pescoço (TCP) considerados incuráveis. Foi pesquisada a existência de uma relação entre dose, técnica e fracionamento de RT com a resposta tumoral em contraste com a ocorrência de efeitos adversos.
Resultados
Foram avaliados 28 estudos com 1.986 pacientes tratados com RT paliativa devido a TCP incurável. A sobrevida global mediana foi de 6,5 meses e a sobrevida livre de progressão foi de 3,6 meses. As taxas de resposta global, alívio de dor, e melhora de disfagia foram de 72%, 83% e 75% respectivamente.
O uso de radioterapia convencional (2D-RT) ou conformacional (3D-RT) foi significativamente associado a uma maior taxa de toxicidade aguda (grau ≥ 3) em comparação com a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) ou a radioterapia estereotáxica corporal (SBRT). Em análises de meta-regressão, as doses biológicas efetivas totais (BED) de RT (p = 0,001), BED > 60 Gy10 (p = 0,001), curso de tratamento curto (p = 0,01) e SBRT (p = 0,02) foram associados com uma taxa de resposta superior.
Conclusão
RT paliativa proporciona uma boa resposta tumoral e um alívio dos sintomas nos pacientes com tumores de cabeça e pescoço incuráveis. RT de curta duração com BED > 60 Gy usando IMRT pode melhorar a relação terapêutica (therapeutic ratio). O uso de SBRT deve ser considerado quando disponível.
O link para o artigo na íntegra segue abaixo:
https://journals.viamedica.pl/rpor/article/view/RPOR.a2023.0021
Gustavo Arruda Viani, PhD, MD.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Brasil.
