Carga glicêmica, fibra dietética, adição de açúcar e aborto espontâneo – ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia


Carga glicêmica, fibra dietética, adição de açúcar e aborto espontâneo em duas coortes pré-concepcionais

O aborto espontâneo (AE), definido como a perda da gravidez antes da 20ª semana de gestação, ocorre em 18-22% das gestações reconhecidas e 30% das gestações pós-implantação. AE tem sequelas psicológicas e físicas adversas e existem poucos fatores de risco modificáveis conhecidos. Trabalhos anteriores conduzidos em populações com síndrome dos ovários policísticos (SOP) e diabetes indicam que o controle glicêmico deficiente durante o início da gravidez, definido por concentrações persistentemente elevadas de glicose no sangue, está associado a um maior risco de AE.

O IG é uma estimativa da resposta glicêmica esperada quando um indivíduo consome uma quantidade de alimento contendo uma quantidade fixa de carboidratos (tipicamente 50 g). Como a resposta glicêmica a um determinado alimento depende em grande parte da quantidade de alimento ingerido, a carga glicêmica combina a qualidade dos carboidratos (através do IG) e a quantidade de carboidratos (através do tamanho da porção). Os valores da carga glicêmica preveem como a dieta de um indivíduo pode influenciar sua resposta glicêmica. A carga glicêmica foi associada à fecundidade reduzida e infertilidade ovulatória em 2 coortes prospectivas de mulheres em idade reprodutiva, sugerindo um papel potencial na reprodução humana.

Embora nenhum estudo anterior tenha examinado a carga glicêmica e a incidência de AE, a má nutrição materna antes da concepção pode estar associada ao AE em populações sem condições conhecidas por afetar a sensibilidade à insulina. Dois estudos de caso-controle descobriram que um padrão alimentar pré-concepcional mais saudável, caracterizado por alto consumo de vegetais, frutas, laticínios, aves e peixes, foi associado a um menor risco de AE. Em um estudo de coorte prospectivo de enfermeiras, não houve…



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