Associação entre adoçantes artificiais e risco de câncer – ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia


Adoçantes artificiais e risco de câncer: resultados do estudo de coorte de base populacional NutriNet-Sante

A indústria alimentícia utiliza adoçantes artificiais em uma ampla gama de alimentos e bebidas como alternativas aos açúcares de adição, para os quais já estão bem estabelecidos os efeitos deletérios em diversas doenças crônicas. A segurança desses aditivos alimentares é debatida, com achados conflitantes quanto ao seu papel na etiologia de várias doenças. Em particular, sua carcinogenicidade foi sugerida por vários estudos experimentais, mas faltam evidências epidemiológicas robustas.

OBJETIVOS DO ESTUDO

O objetivo foi investigar as associações entre a ingestão de adoçantes artificiais (total de todas as fontes alimentares e os mais consumidos: aspartame [E951], acessulfame-K [E950] e sucralose [E955]) e risco de câncer (geral e por sítio).

MÉTODOS E DESCOBERTAS

No geral, 102.865 adultos da coorte de base populacional francesa NutriNet-Sante (2009–2021) foram incluídos (tempo médio de acompanhamento = 7,8 anos). A ingestão alimentar e o consumo de adoçantes foram obtidos por registros alimentares repetidos de 24 horas, incluindo marcas de produtos industriais. As associações entre adoçantes e incidência de câncer foram avaliadas por modelos de riscos proporcionais de Cox, ajustados para idade, sexo, escolaridade, atividade física, tabagismo, índice de massa corporal, altura, ganho de peso durante o seguimento, diabetes, história familiar de câncer, número de 24 registros dietéticos de uma hora e ingestão basal de energia, álcool, sódio, ácidos graxos saturados, fibras, açúcar, frutas e vegetais, alimentos integrais e laticínios.

Em comparação com os não consumidores, os maiores consumidores de adoçantes artificiais totais (ou seja, acima da exposição mediana nos consumidores) apresentaram maior risco de câncer geral (n = 3.358 casos, taxa de risco [HR] = 1,13 [IC 95%…



Leia Mais >