Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta para a prevenção contra o câncer de pele

câncer de pele
(Foto: Freepik)

Dezembro é um mês muito especial para quem vive no Brasil. Além das festas de final de ano, tradicionais por reunir muitas famílias para celebrar um novo ciclo, o mês é conhecido pela chegada da alta estação no país. O verão costuma reunir muitas pessoas em lugares abertos, entre praias, clubes e outros lugares frescos, geralmente sob um sol forte, o que leva a esses indivíduos a irem em busca de um “refresco” para suportar os dias quentes.

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Acontece que, ao mesmo tempo em que procuram se refrescar, muitos acabam deixando de lado os cuidados relativos a pele, abrindo brechas para doenças como o câncer de pele, o segundo tipo de câncer que mais mata no país, perdendo apenas para o câncer de mama, entre as mulheres, e o câncer de próstata, entre os homens. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) a estimativa para novos casos é de 220.490, sendo 101.920 homens e 118.570 mulheres.

Entre os sinais que merecem atenção, estão as manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Para esses casos, deve-se procurar o mais rápido possível o médico dermatologista.

É por isso que a Sociedade Brasileira de Dermatologia do Distrito Federal (SBD DF) faz parte de uma campanha nacional, que engloba a Sociedade Brasileira de Dermatologia sob o tema “Seu sol, sua pele, sua proteção”, iniciativa que busca conscientizar, durante o Dezembro Laranja, as pessoas sobre o câncer de pele e sobre a importância de procurar um dermatologista para entender o seu tipo de pele e a combinação ideal de medidas de proteção para ela.

A iniciativa visa não apenas a proteção contra o câncer da pele, mas também contra as manchas e o envelhecimento precoce da mesma. Como parte da campanha, no próximo dia 02 de dezembro, serão realizados atendimentos gratuitos em diversas cidades do Brasil. Na capital federal, os atendimentos serão realizados no Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Tipos de câncer de pele

Entre os tipos mais comuns deste tipo de câncer, estão os do tipo melanoma e os não-melanoma. O primeiro tem origem nas células produtoras da melanina, substância que determina a cor da pele, e é mais frequente em adultos brancos. Já o segundo é o mais frequente no Brasil, responsável por 30% de todos os casos de tumores malignos registrados no País.

De acordo com a membra da SBD DF, Ana Regina, existem alguns tipos de câncer de pele, sendo os mais comuns os do tipo carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. “A principal diferença é que os cânceres de pele não melanoma tem baixa incidência de metástase. Já os câncer de pele do tipo melanoma, nos casos mais graves, podem manifestar-se com metástases para órgãos nobres como pulmão, fígado, cérebro, entre outros. Porém, ambos os tipos de câncer de pele estão associados à exposição solar. O diagnóstico e o tratamento precoce eficaz são fundamentais para a sobrevida do paciente. O melanoma é mais propenso a se espalhar, tornando a vigilância e a intervenção precoce especialmente importantes nesse caso”, detalha Regina.

Raios solares

A incidência de radiação UVA e UVB, provenientes do sol, são as duas principais causas para o aumento dos casos relativos à doença. Ambas podem afetar a pele de diferentes maneiras. Os raios UVA, por exemplo, têm maior facilidade em penetrar profundamente na pele, associados ao seu envelhecimento, o que causa rugas e perda de elasticidade, além de contribuírem para o desenvolvimento de câncer de pele.

Já os raios UVB penetram superficialmente na pele, sendo os principais responsáveis pelas queimaduras solares. Estes, entretanto, quando tomados com cautela, ajudam na produção da vitamina D, responsáveis pela imunidade no corpo. Para todos os casos (raios UVA e UVB), o uso do protetor solar é essencial para evitar complicações. “E cabe lembrar que a proteção solar é importante também em dias ensolarados e nublados, pois os raios UV podem penetrar nas nuvens e causar danos à pele. Portanto, é aconselhável usar protetor solar diariamente, independentemente das condições climáticas”, aconselha a especialista.

Fenotípicos 

Outro ponto destacado pela profissional é o comum equívoco de, geralmente as pessoas com o fenótipo negro, acharem que estão protegidas do câncer de pele, pelo fato de produzirem muita melanina. Ana Regina alerta que essa afirmação é arriscada e, muitas vezes, pautada em dados inverídicos. “Afirmar que pessoas negras não precisam de proteção contra o câncer com base apenas no cor da pele ou fenótipo é arriscado e impreciso. Fazer generalizações com base apenas na cor da pele pode resultar em práticas inconvenientes de saúde e contribuir para disparidades significativas”, relata.

Regina também enfatiza que as peles negras são realmente mais resistentes ao sol, devido à alta concentração de melanina. A substância, nesse caso, funciona como um filtro natural, aumentando a resistência dessa parcela da população a doenças causadas pelos raios solares. “Logo, essa maior quantidade de melanina protege a pele do risco de câncer de pele, porém, por outro lado, também aumenta o risco de pigmentação. Apesar de mais resistente, a pele negra não está imune aos efeitos da radiação UV”, pondera.

E qual o papel do dermatologista nesse processo?

Com todas essas condicionantes, Ana destaca ainda mais o papel do dermatologista no processo de acompanhamento e tratamento, não somente do câncer de pele, mas também de outras enfermidades relacionadas à pele. “O dermatologista desempenha um papel crucial na prevenção e detecção precoce do câncer de pele, sendo um profissional fundamental na promoção da saúde da pele. Através de exames regulares e orientações sobre medidas de proteção solar, este auxilia na prevenção deste tipo de câncer, destacando a importância do uso de protetor solar, roupas adequadas e evitar a exposição excessiva ao sol”, finaliza a profissional, dizendo ainda que o dermatologista está capacitado para identificar lesões suspeitas durante exames de rotina, possibilitando a detecção precoce.

Dicas de prevenção

  • Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h.
  • Procurar lugares com sombra.
  • Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas.
  • Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro solar com fator de proteção 15, no mínimo.
  • Usar filtro solar próprio para os lábios.