Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia, feita antes da pandemia, constatou que apenas 23% dos brasileiros usam o protetor da maneira recomendada pelos médicos. E pelo menos seis milhões de pessoas não usam nada quando se expõem ao sol. O estudo mostra que a população até possui consciência da proteção, mas precisa aprender a fazê-la da forma correta.
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Conforme explica a professora Lucilei Gomes, que é fisioterapeuta dermatofuncional e coordenadora adjunta do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), as pessoas em geral aplicam o protetor solar quando já estão na praia, expostas ao sol. Mas a transpiração excessiva e a entrada na água em seguida à aplicação reduzem o efeito protetor.
“O produto necessita de 30 minutos para penetrar na pele e formar uma barreira química. Por isso, é fundamental espalhar o filtro solar no corpo e rosto meia hora antes de ir à praia ou à piscina”, esclarece.
Além do protetor solar em loção, há outra forma eficaz de resguardar a pele. Trata-se das cápsulas de fotoproteção, com a substância Polypodium leucotomos, para ingerir. Conforme a professora esclarece, elas tanto podem ser manipuladas – de forma personalizada e individualizada – quanto podem ser adquiridas prontas nas farmácias, na concentração de 250 mg; considerada eficaz à maioria dos brasileiros. Como é algo recente, ainda há poucas marcas disponíveis.
“Elas agem dentro do corpo ativando os melanócitos, que são as células geradoras de proteção contra os raios UVA e UVB, causadores do câncer de pele. Qualquer pessoa pode consumir, mas é especialmente indicado para quem tem melasma, que é o surgimento de manchas escuras na pele. O produto começa a ter efeito protetor após 10 ou 15 dias. O ideal é buscar orientação de um profissional de saúde e começar a tomá-lo dois ou três meses antes de ir à praia”, enfatiza Lucilei Gomes.
Dessa forma, segundo a especialista, não será preciso aplicar na pele o protetor antes de se expor ao sol, pois a cápsula tem a mesma eficácia, fortalece e dá suporte, como se agisse num efeito antioxidante.
Porém, não há nenhuma proteção que aguente uma exposição ao sol entre 10h e 16h. “Esses horários devem ser totalmente evitados. Além do suor excessivo, que elimina água do corpo, o sol é muito quente e a pele não suporta a alta temperatura sem danos”, aconselha a profissional.
A esfoliação da pele ajuda a manter um bronzeado mais bonito e duradouro. Mas a professora faz avisos para que as pessoas não acabem no consultório dermatológico com ferimentos, infecções, manchas e queimaduras na pele.
Ela aconselha que a esfoliação deve ser feita de cinco a sete dias antes da exposição ao sol na praia ou piscina. Isso porque, como os esfoliantes são abrasivos, causam micro lesões na pele; suficientes para a entrada de alguma bactéria ou causar queimaduras por sol.
A mesma orientação é para o peeling, que é a esfoliação facial com o objetivo de reduzir manchas, retirar imperfeições e impurezas. Seja químico ou mecânico (abrasivo), o tratamento remove a primeira camada da pele.
“Se o paciente tomar sol, não há células para defender o tecido. As queimaduras, as bolhas e a hiperpigmentação de manchas já existentes podem surgir. Quem possui manchas no rosto, mesmo sem ter feito peeling, não pode abrir mão da proteção solar, com no mínimo FPS 30”, enfatiza Lucilei.
Outra dica que a professora repassa é sobre o uso dos hidratantes corporais e faciais. No verão, a função do produto vai muito além de manter a pele bonita e cheirosa. Ela explica que a camada formada pelo hidratante ajuda a reter água dentro das células.
“O corpo foi feito para funcionar a 36,8ºC. Qualquer temperatura acima disso faz os tecidos reagirem. As células podem ressecar, romper, perder água e morrer. Por isso, o cosmético é tão importante, pois a manutenção da água dentro das células não só ajuda a manter a pele saudável, mas auxilia na manutenção da temperatura corporal. Por fim, vale lembrar de que é fundamental beber muita água regularmente”, orienta a professora.
*Informações Assessoria de Imprensa